Nigel Mansell é um dos poucos pilotos que fez sucesso na Fórmula 1 e na Fórmula Indy, sendo campeão da primeira em 1992 e da segunda no ano seguinte, tornando o feito ainda mais notável. Disputando a categoria mais veloz do automobilismo entre 1980 e 1995, foram 32 pole positions e 31 vitórias, além de 59 pódios.
Mansell ficou famoso por algumas trapalhadas na Fórmula 1, perdendo vitórias que pareciam claras. Boa parte de sua carreira foi pilotando na Williams, onde teve os resultados mais importantes, embora tenha vencido três vezes com a Ferrari.
Carreira de Nigel Mansell na Fórmula 1
A primeira oportunidade de Nigel Mansell na Fórmula 1 foi como piloto de testes da Lotus, onde conseguiu dar voltas muito rápidas e chamou atenção. Em sua primeira corrida, no GP da Áustria, largou em 24º lugar e abandonou na 40ª volta devido a problemas no motor. Depois correu na Holanda e não conseguiu se qualificar na Itália.
A partir de 1981, passou a correr a temporada inteira, já atingindo seu primeiro pódio, na Bélgica, fazendo 8 pontos no campeonato e acabando em 14º lugar. Porém, não evoluiu no ano seguinte, terminando no mesmo lugar e com 1 ponto a menos, mas foi ao pódio no GP do Brasil, já que Piquet e Keke Rosberg foram desclassificados naquele dia.
Em 1983, a Lotus deu para Mansell um carro com motor aspirado na primeira parte do campeonato, prejudicando seu desempoenho, mas na segunda parte com o novo modelo e motor turbo as coisas melhoraram: um terceiro, um quarto e um quinto lugares. Em 84 veio sua primeira pole position, em Dallas, durante a corrida, seu carro teve problemas e ele tentou empurrar para passar a linha de chegada.
Frank Williams contratou Nigel Mansell para correr em sua equipe a partir de 1985, já tendo o desafio de estar ao lado do campeão mundial Keke Rosberg. No primeiro ano foram duas vitórias, na Europa e África do Sul, somando ao longo do ano 31 pontos e terminando em sexto lugar. Para 86, Piquet substituiu Rosberg, chegando como bicampeão, o time contava com o melhor carro, mas não foi campeão de pilotos e os dois formaram uma grande rivalidade.
Em 87 a disputa pela taça foi até o fim entre Mansell e Piquet, com o brasileiro levando a melhor. Em 1988, sem Piquet pelo caminho, a Williams já não era a mesma, pois perdeu os motores turbo da Honda que foram para a McLaren, o substituto motor aspirado da Judd era fraco, quebrou 14 vezes e chegou no máximo duas vezes em segundo, ficando em nono no campeonato.
Saída e volta para a Williams
Cansado dos fracassos com a Williams na luta pelo título, o Leão foi para a Ferrari. Logo na estreia venceu com o carro vermelho, correndo no Brasil. A temporada não foi muito constante, atrapalhando os planos de brigar entre os primeiros do mundial, mas ainda deu para ganhar de novo na Hungria.
Em 1990, Prost foi contratado pela Ferrari após seus três títulos com a McLaren e intensa briga nas pistas com Senna. O inglês terminou o campeonato em quinto lugar, foram três poles, mas não conseguiu ajudar a tirar o time do cavalinho da fila de títulos que já durava desde 1979. Na épooca, ele deu declarações indicando que estava se aposentando.
Frank Williams não deixou o inglês se aposentar e trouxe de volta para sua equipe. Nas três primeiras provas não conseguiu completar e viu Senna abrir enorme vantagem, só que ainda deu tempo de se recuperar com cinco vitórias e ficar de novo em segundo. Para 92, com motores Renault e uma engenharia diferenciada, foram nada menos que nove vitórias e finalmente o título conquistado.
Rivalidades de Nigel Mansell na Fórmula 1
Se Ayrton Senna teve Alain Prost como seu grande rival, Mansell tinha em Nelson Piquet o principal adversário nas pistas. Eles foram companheiros de Williams em 1986 e 87, no primeiro ano o inglês foi vice-campeão enquanto o brasileiro ficou em terceiro. No ano seguinte, outro vice do Leão, dessa vez tendo o rival de equipe como campeão, embora tenha vencido seis provas contra três do brasileiro.
Nigel Mansell correu em uma época complicada para qualquer piloto, precisando rivalizar com Senna e Prost pelas vitórias, mesmo assim foi bem-sucedido. Inclusive em 1990 foi companheiro do francês na Ferrari, ganhando apenas o GP de Portugal, enquanto seu colega teve cinco vitórias e terminou o campeonato em segundo lugar.
Mansell finalmente foi campeão da F1 em 1992
O Leão estreou na Fórmula na segunda parte de 1980 e foi ao pódio pela primeira vez já no ano seguinte, conquistando sua primeira vitória em 1985, no GP da Europa, disputado em Brands Hatch (Inglaterra), correndo pela Williams. Ele foi vice em 86 e 87, ficando longe da briga pela taça nos anos seguintes.
Após dois anos na Ferrari, entre 89 e 90, o inglês retornou para sua antiga casa, na Williams e logo de cara foi vice-campeão pela terceira vez, passando reto em uma curva na penúltima prova do ano, no Japão e entregando o título a Senna. Mas, já na reta final da carreira, com 39 anos, o Leão estava determinado a ser campeão.
Em 1992 ele não deu chances aos rivais e venceu logo as cinco primeiras corridas do ano, na África do Sul, México, Brasil, Espanha e San Marino. Depois disso, ainda ganhou na França, Inglaterra, Alemanha e Portugal, para ser campeão com sobras. Com 39 anos e 8 dias, se tornou o terceiro campeão mais velho, só atrás de Juan Manuel Fangio e Nino Farina.
Trapalhadas de Nigel Mansell na Fórmula 1
Mansell conseguiu largar pela primeira vez na pole position em 1984, no GP dos Estados Unidos. Fazia um calor terrível na casa dos 40 graus. Saiu na ponta e manteve, até esbarrar em um muro, depois trocou os pneus e vinha em quinto quando seu carro parou. O inglês desceu do veículo e tentou empurrá-lo até a linha de chegada, mas caiu desmaiado no asfalto com 60 graus. E mesmo que conseguisse levar o carro, a regra não permitiria e seria desclassificado.
Embora tenha tido sucesso nas pistas, Mansell ficou famoso mesmo pelas trapalhadas que cometeu. Em 1984, ele liderava em Mônaco e chovia muito, perdendo o controel do carro e batendo. Em 87, estava indo em uma camionete para o pódio da Áustria e acenava em pé para o público, batendo sua cabeça em uma passarela, dando entrevistas depois com uma compressa de gelo.
O GP de Portugal de 1989 ficou marcado na memória do inglês. Estava liderando a prova e naquele tempo não tinha limite de velocidade nos boxes, então o Leão pisou fundo. Porém, acelerou tanto que passou direto pela garagem da Ferrari e decidiu engatar a ré. A direção de prova deu bandeira preta para ele e foi desclassificado, mesmo assim voltou para a pista e bateu em Senna que era o líder, sendo suspenso por uma corrida.
Em 1991, no Canadá, estava disparado na frente e já dava tchauzinho para a torcida na última volta, só que reduziu tanto a velocidade que o carro apagou, já que não podia ficar em baixa rotação. Nelson Piquet que vinha quase 1 minuto atrás aproveitou a oportunidade e venceu, pela última vez em sua carreira.
Também em 91, enquanto disputava o título contra Senna, primeiro Mansell errou no GP do Brasil, quebrando sua caixa de câmbio após escapar da pista e voltar de maneira atrapalhada. E depois, já no fim do campeonato, entregando o título para o brasileiro no Japão, quando vinha atrás do piloto da McLaren e não aguentou a perseguissão.
Mansell campeão da Fórmula 1 Indy e aposentadoria definitiva
Já imaginou o atual campeão da Fórmula 1 trocar a categoria pela Indy? Isso aconteceu em 1993. Depois de finalmente ter realizado seu sonho na F1, foi correr nos Estados Unidos, vencendo logo na primeira etapa. Foram cinco vitórias, dois segundos lugares e três vezes chegando em terceiro. Assim, somou 191 pontos e foi campeão, mas não repetiu o bom desempenho em 1994. Curiosamente, correu pela Newman Hass.
Após o sucesso correndo nos Estados Unidos, Mansell ainda se aventurou na Fórmula 1 mais algumas vezes. A Williams precisava urgente de um piloto após a morte de Ayrton Senna, em 94, e ele foi convocado, disputando quatro provas e adicionando mais uma vitória em seu currículo, na Austrália, a última do ano. Depois em 1995 fez duas provas pela McLaren, sem somar pontos e parou de vez.