Os olhos do mundo da velocidade estão voltados para a equipe alemã Mercedes. O time que se acostumou a vencer campeonatos nos últimos anos, vive uma fase nada agradável. Outro ponto que pode aumentar ainda mais a atenção dos torcedores diz respeito a um ciclo do famoso time, com chance real de se encerrar ao final desta temporada.
Muito se fala sobre o substituto de Lewis Hamilton, que está de saída confirmada para a Ferrari. Um dos nomes mais fortes para ocupar a vaga é do jovem de apenas 17 anos, Andrea Kimi Antonelli.
Essa seria a estreia do piloto que atualmente está na F2, na maior categoria do automobilismo mundial. Mas você sabia que até hoje o único piloto a começar na Fórmula 1 logo na Mercedes é o alemão Karl Kling?
E aconteceu justamente na estreia da equipe na Fórmula 1, no GP da França de 1954. Kling estreou muito bem, logo em 2º lugar, atrás do companheiro de equipe Juan Manuel Fangio, ambos garantiram a estreia com dobradinha da Mercedes.
Desde então nenhum piloto estreou na Fórmula 1 correndo pelas flechas de prata. Feito que pode ser alcançado por Antonelli, encerrando esse ciclo de praticamente 70 anos de uma das equipes mais icônicas do automobilismo mundial.
História da Mercedes na F1
Apesar do início avassalador, a Mercedes decidiu se retirar da Fórmula 1 após a tragédia nas 24 Horas de Le Mans em 1955. O acidente é lembrado até hoje como o pior da história do automobilismo. Durante a colisão, os carros atingiram o público, resultando na morte de 77 pessoas, além do piloto da Mercedes, Pierre Levegh.
Em 1994, a Mercedes retornou à Fórmula 1 como fornecedora de motores para a equipe Sauber e, em 1995, com a McLaren, uma parceria que durou até 2014.
Foi somente na temporada de 2010 que as Flechas de Prata voltaram como uma equipe própria na maior categoria do automobilismo. No final de 2009, a empresa anunciou a compra da Brawn GP, equipe que havia conquistado os campeonatos de pilotos e construtores naquele ano.
Para marcar seu retorno, a Mercedes anunciou uma dupla de pilotos composta pelo alemão Nico Rosberg e pelo heptacampeão Michael Schumacher, que retornava à Fórmula 1 após sua aposentadoria em 2006.
Os primeiros três anos do retorno da Mercedes à F1 não foram como esperado. A equipe apresentou um desempenho modesto, conquistando apenas uma vitória, no GP da China de 2012, com Rosberg.
No final de 2012, Schumacher anunciou sua aposentadoria e a Mercedes contratou Lewis Hamilton para ocupar sua vaga. Naquele ano, a Red Bull dominou a temporada, vencendo 13 das 19 corridas com Sebastian Vettel. Apesar do domínio da equipe austríaca, a Mercedes teve um bom desempenho e terminou o ano como vice-campeã de construtores.
Em 2014, a Fórmula 1 entrou na era dos motores híbridos, substituindo os V8 naturalmente aspirados de 2.4L pelos novos motores de combustão interna V6 Turbo de 1.6L. Esse foi o início do domínio absoluto da Mercedes na categoria.
Logo no primeiro ano com os novos motores, a equipe alemã venceu 16 das 19 corridas disputadas, conquistando os títulos de construtores e de pilotos, com Lewis Hamilton. Em 2015, a Mercedes repetiu o feito, com o mesmo número de vitórias e Hamilton novamente se sagrando campeão.
O ano de 2016 foi ainda mais dominante para as Flechas de Prata, com a equipe vencendo 19 das 21 corridas disputadas. A temporada foi marcada por uma intensa disputa entre seus dois pilotos, Hamilton e Nico Rosberg, com o alemão conquistando seu primeiro campeonato na categoria.
Rosberg anunciou sua aposentadoria no final de 2016, o finlandês Valtteri Bottas foi contratado para o lugar do alemão. Mercedes e Hamilton conquistaram mais quatro campeonatos. A equipe alemã acumulou sete campeonatos de construtores consecutivos. Hamilton venceu seis desses campeonatos, igualando em 2020 a marca histórica de Michael Schumacher com sete títulos na F1.
No atual momento, a Mercedes está longe do topo da Fórmula 1, vê o domínio da Red Bull e o crescimento cada vez maior de Ferrari e McLaren. A equipe segue trabalhando firme em busca de dias melhores e terá que achar um bom piloto pra assumir a responsabilidade de substituir Hamilton e quem sabe recolocar a equipe no caminho das vitórias.