Gerhard Berger disputou 211 provas de Fórmula 1, obtendo 10 vitórias e 12 pole positions, com um total de 48 pódios. Com estes números, foi terceiro colocado nas temporadas de 1988 e 1994, além de ter desenvolvido uma amizade forte com Ayrton Senna. Nascido na Áustria, venceu corridas pela Benetton, Ferrari e McLaren, sendo duas delas no seu país natal.
Aliás, foi na Áustria que fez sua estreia na categoria mais veloz do automobilismo mundial, na 13ª etapa de 1984, se aposentando em 1997. Além das equipes já citadas, também correu pela ATS e na Arrows, durante seus primeiros anos de F1. Curiosamente, Berger anotou apenas duas vitórias pela Benetton, a primeira da história da equipe, em 1986 e a última, em 1997.
Carreira de Gerhard Berger na Fórmula 1
Gerhard Berger estreou na Fórmula 1 faltando quatro etapas para o fim da temporada 1984, conquistando um sexto lugar na Itália. Sua primeira equipe foi a Auto Technisches Spezialzubehör (ATS), uma das piores da época embora já corresse desde 1977. No ano seguinte, foi para a Arrows e somou 3 pontos, já nas duas últimas etapas da temporada, somando também sete abandonos.
Uma das primeiras grandes oportunidades de sua carreira aconteceu em 1986, quando foi contratado pela estreante Benetton, que usava motores BMW e já resultou em vitória, conquistada no México. O sucesso imediato despertou interesse da Ferrari para onde foi em 1987. Sim, nos quatro primeiros anos de Berger na Fórmula 1 foram quatro equipes diferentes, mas então ele sussegou na scuderia italiana, até 1989.
Berger foi grande amigo de Ayrton Senna, graças ao tempo que foram companheiros na McLaren, entre 1990 e 1992. O brasileiro perdeu a vida em 1994 ao bater na curva Tamburello, mesmo local em que o áustriaco havia batido feio em 1989 com sua Ferrari. Ele perdeu a asa dianteira e se chocou com o muro a 260 km/h, com o carro pegando fogo. Como ficou 15 segudos em meio às chamas, sofreu queimaduras de segundo grau nas mãos e teve uma costela trincada. Devido ao acidente, não correu em Mônaco, a prova seguinte.
O ex-piloto deixou a Ferrari em 1996, dando espaço para a chegada de Michael Schumacher. Era sua segunda passagem pelo time, resultando em volta para a Benetton. Sua aposentadoria em 1997 veio com dois pódios, primeiro um segundo lugar no Brasil e depois uma vitória na Alemanha, após ter ficado três corridas ausente. Acabou o mundial em quinto lugar.
Berger foi dono de equipe da F1
Quase uma década após ter parado de correr, em fevereiro de 2006, Berger virou um dos sócios da STR, antiga Minardi e que era também ligada a Red Bull. Porém, em novembro de 2008 vendeu sua parte para a empresa de energéticos que passou a tratá-la definitivamente como uma equipe B de seu time principal.
Berger e a Red Bull possuem origens na Áustria, ele comprou 50% das ações da STR diretamente de Dietrich Mateschitz, chefão da empresa na época. A ideia do bilionário era ter o ex-piloto tocando o projeto de revelar novos talentos, foi assim que Sebastian Vettel estreou em 2007, já na reta final da temporada e ajudando a equipe acabar em sétimo no mundial de construtores.
Em 2008, o último ano de Berger como dono de equipe, a STR venceu a corrida da Itália, com Vettel quebrando a banca. A temporada foi tão marcante que a equipe B venceu o time principal por 39 a 29 pontos. No ano seguinte, o alemão foi para a Red Bull onde conquistou os títulos de 2010, 2011, 2012 e 2013, enquanto o áustriaco vendeu sua parte.
Todas as vitórias de Gerhard Berger na Fórmula 1
- México – 1986 – Benetton
- Japão – 1987 – Ferrari
- Áustria – 1987 – Ferrari
- Itália – 1988 – Ferrari
- Portugal – 1989 – Ferrari
- Japão – 1991 – McLaren
- Canadá – 1992 – McLaren
- Áustria – 1992 – McLaren
- Alemanha – 1994 – Ferrari
- Alemanha – 1997 – Benetton
“Eu sabia, Senna deixa Berger passar”
Um episódio envolvendo Gerhard Berger e Ayrton Senna quase resultou na demissão de Galvão Bueno, em 1991. Era o GP do Japão que concretizou o tricampeonato do piloto brasileiro após Nigel Mansell passar reto em uma curva. O ídolo não precisava mais ganhar a prova e tirou o pé próximo da chegada para seu amigo vencer.
Aquela foi a sexta vitória na carreira do austríaco, embora muita gente imagine que fosse a primeira. Na narração para o Brasil, Galvão Bueno disse: “Eu sabia, eu sabia, Senna deixa Berger passar”. O narrador era amigo do piloto brasileiro, que teria lhe contado sobre a ideia. Porém, quem não gostou nada da omissão em passar a informação foi Boni, diretor da Globo na época, que deu uma bronca no locutor.
Galvão não foi demitido, ficou apenas na cobrança de Boni e a amizade com Senna continuou. Os dois já haviam corrido juntos pela McLaren em 1990 e repetiram a parceria em 92, até que em 93 Berger foi pilotar pela Ferrari.