O Brasil na F1: Qual foi o primeiro piloto brasileiro na categoria?

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O Brasil é sem dúvida um dos maiores países na história da F1. Ao longo das décadas os números são impressionantes: 793 corridas, 101 vitórias, 126 pole positions e 293 pódios conquistados em uma história que já teve 33 pilotos. Os mais famosos são aqueles que conquistaram o mundial, casos de Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi. Mas você sabe qual foi o primeiro piloto brasileiro a correr pela maior categoria do automobilismo?

Francisco Sacco Landi, conhecido como Chico Landi, é um dos pilares fundamentais do automobilismo brasileiro. Nascido em 11 de julho de 1907, ele deixou sua marca na história do esporte a motor. Chico foi o primeiro brasileiro a correr na Fórmula 1, mais precisamente no Grande Prêmio da Itália de 1951. Após encerrar sua carreira internacional, ele continuou a se destacar no cenário automobilístico nacional.

Nascido em São Paulo, Chico Landi iniciou sua trajetória profissional aos 11 anos como mecânico e, posteriormente, mostrou suas habilidades como piloto nas competições nacionais durante a década de 1930. Um dos momentos marcantes de sua carreira foi sua vitória no Circuito da Gávea em 1941, 1947 e 1948. No entanto, foi a partir de 1947 que Chico começou a ganhar destaque internacional, participando do renomado Grande Prêmio de Bari com uma Maserati. No ano seguinte, ele alcançou uma vitória histórica, desta vez pilotando uma Ferrari. Foi a primeira vez que um brasileiro venceu um grande prêmio no exterior.

O caminho de Chico Landi para a Fórmula 1

Após competir nas provas de Bari e Monza em 1949, conquistando dois quartos lugares, Chico Landi decidiu não participar de nenhuma corrida na primeira temporada do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Foi somente em 1951, que ele decidiu se aventurar na categoria.

Naquela época, para competir na Europa, Chico fundou a Escuderia Bandeirantes, utilizando carros da marca Maserati. Ele se inscreveu para correr na lendária pista de Nürburgring, na Alemanha, mas acabou não participando das atividades. Sua estreia acabou acontecendo em Monza, na Itália.

No entanto, sua primeira corrida não foi pela Escuderia Bandeirantes e nem com um carro da Maserati. Chico conseguiu alugar uma Ferrari e garantiu a 16ª posição no grid de largada, entre 22 pilotos. Infelizmente, a estreia histórica de um brasileiro na Fórmula 1 foi curta, durando apenas uma volta devido a uma falha na transmissão do carro.

Ainda em 1951, Chico Landi inscreveu a Escuderia Bandeirantes para o Grande Prêmio da Espanha, mas mais uma vez não compareceu à corrida, repetindo o mesmo cenário na etapa da França, em 1952. No entanto, naquele mesmo ano, ele participou de duas corridas, na Holanda e na Itália, terminando ambas em nono e oitavo lugares, respectivamente.

Enquanto competia em outras corridas internacionais, incluindo a Fórmula 2, Chico disputou duas provas do campeonato de Fórmula 1 em 1953, mas não conseguiu completá-las, nas corridas da Suíça e da Itália. Nos anos de 1954 e 1955, Chico não participou de nenhuma corrida de Fórmula 1. Curiosamente, em sua última participação na categoria, no Grande Prêmio da Argentina de 1956, Landi conquistou seus primeiros e únicos pontos.

O fim da carreira internacional

Aos 49 anos, Chico Landi decidiu encerrar sua carreira internacional, porém continuou competindo no Brasil, obtendo sucesso em corridas emblemáticas como as Mil Milhas, os 500 Quilômetros e as 24 Horas de Interlagos. Somente em 1974, aos 66 anos, Landi participou de sua última corrida.

Até 1985, Landi ocupou o cargo de diretor do autódromo de Interlagos, desempenhando um papel importante na gestão da pista. No entanto, em 1989, Chico, um fumante inveterado, não resistiu a um ataque cardíaco e faleceu aos 81 anos de idade. Sua partida deixou uma lacuna no automobilismo brasileiro, mas seu legado como um dos grandes pilotos do país continua vivo até hoje.

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