Emerson Fittipaldi: Títulos na Fórmula 1, passagem pela Indy e muito mais

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Emerson Fittipaldi é considerado um dos maiores pilotos da história do automobilismo brasileiro e mundial, tendo conquistado diversos títulos e feitos notáveis ao longo de sua carreira. Ele foi bicampeão da Fórmula 1, venceu um título da Fórmula Indy e ainda ganhou duas vezes a tradicional corrida 500 Milhas de Indianápolis.

Ele iniciou sua trajetória no automobilismo nas categorias de base, competindo em kart e se destacando desde cedo. Sua ascensão no esporte começou na década de 1960, quando conquistou títulos importantes no Brasil, como o campeonato paulista de kart e o campeonato de Fórmula Vee.

Em 1970, aos 23 anos, ingressou na Fórmula 1, tornando-se piloto da equipe Lotus. Em sua temporada de estreia, mostrou seu talento ao vencer o Grande Prêmio dos Estados Unidos e se tornar o mais jovem da história até então a vencer uma corrida de F1. Em 1972, conquistou seu primeiro título mundial, tornando-se o campeão mais jovem da história da categoria na época, aos 25 anos.

Após deixar a categoria, decidiu se aventurar na CART (Championship Auto Racing Teams). Lá, obteve grande sucesso e venceu as 500 Milhas de Indianápolis por duas vezes, em 1989 e 1993. Essas vitórias o consagraram como um dos maiores nomes da história do automobilismo, tanto no Brasil quanto internacionalmente.

Após sua carreira como piloto, Emerson Fittipaldi se envolveu em diversas atividades ligadas ao esporte e ao mundo dos negócios. Também atuou como empresário e embaixador do automobilismo brasileiro. Sua família, inclusive, tem uma longa tradição nas corridas de carro, com seu irmão Wilson Fittipaldi Jr. também sendo piloto.

Quem é Emerson Fittipaldi?

Emerson Fittipaldi é um ex-piloto brasileiro de automobilismo nascido em 12 de dezembro de 1946, na cidade de São Paulo. Sua paixão pelo automobilismo começou desde cedo, influenciada por sua família e pela atmosfera do esporte no Brasil.

Emerson nasceu em uma família com forte vínculo com o automobilismo. Seu pai, Wilson Fittipaldi Sr., era jornalista e piloto amador, enquanto seu irmão mais velho, Wilson Fittipaldi Jr., também se tornaria um piloto renomado. A influência familiar e o ambiente em que cresceu despertaram seu interesse pelo mundo das corridas.

Na juventude, Emerson Fittipaldi começou a competir em corridas de kart, mostrando talento e habilidade promissores nas pistas. Ele rapidamente se destacou no cenário nacional, conquistando títulos importantes, como o campeonato paulista de kart e o campeonato de Fórmula Vee. Seus sucessos precoces o motivaram a buscar voos mais altos no automobilismo.

Em 1970, aos 23 anos, deu um grande salto em sua carreira ao ingressar na Fórmula 1 como piloto da equipe Lotus. Sua entrada na categoria máxima do automobilismo representou a realização de um sonho e o início de uma jornada de sucesso. Ao longo de sua carreira, se destacou por seu talento, habilidade de pilotagem e determinação.

Ele conquistou dois títulos mundiais na F1, venceu corridas icônicas, como as 500 Milhas de Indianápolis, e deixou sua marca na história do esporte. Sua paixão e comprometimento com o automobilismo o tornaram uma lenda no esporte brasileiro e internacionalmente reconhecido como um dos grandes nomes das corridas de carro.

Vida pessoal

Emerson Fittipaldi tem sete filhos, fruto de três casamentos. Após um acidente grave na Fórmula Indy em 1996, que quase o deixou tetraplégico, tornou-se evangélico. Atualmente, frequenta uma Igreja Batista em São Paulo. Entre seus amigos próximos, destaca-se a amizade com o músico George Harrison, ex-integrante dos Beatles.

Em setembro de 1997, Emerson e seu filho Luca, então com seis anos, sofreram um acidente de ultraleve. A aeronave teve uma pane e caiu em um alagadiço próximo à Fazenda Citrus, propriedade de Emerson. Ele fraturou a perna esquerda e cortou a testa, enquanto seu filho sofreu apenas ferimentos leves.

Em 2016, a situação financeira precária do ex-piloto se tornou pública, com dívidas que somavam R$ 27 milhões, originadas principalmente do projeto do carro Copersucar na década de 1970. Antes disso, em 2014, a justiça determinou o bloqueio de R$ 390 mil em 26 contas bancárias dele, mas apenas 256,13 reais foram encontrados.

Uma emissora de televisão brasileira registrou a apreensão do carro Penske, que havia sido pilotado por Emerson em sua vitória nas 500 milhas de Indianápolis. Tanto o carro quanto o Copersucar-Fittipaldi foram mantidos sob penhora e guardados no autódromo de Interlagos até um leilão posterior.

As fazendas de plantio de laranja de Emerson em Araraquara não foram penhoradas devido ao abandono em que se encontravam. Havia a possibilidade de repatriação de bens localizados no exterior. Em uma nota emitida pela empresa “EF Marketing”, foi atribuída a crise financeira do Brasil como a responsável pelas dificuldades enfrentadas, que, segundo a nota, seriam superadas.

Início no mundo da velocidade

A trajetória de Emerson no automobilismo teve início em 1964, quando ele foi notado pela primeira vez em Interlagos. Na ocasião, brigou com o diretor da prova para entrar na ambulância que estava levando seu irmão Wilson, que havia sofrido um acidente em sua berlineta da Equipe Willys. A partir desse momento, ele decidiu se tornar piloto e começou a competir de kart.

Ainda em 1964, terminou o campeonato em nono lugar e se sagrou campeão paulista em 1965, estreando no automobilismo ao dirigir um Renault 1093 em uma corrida no Campeonato Carioca na Ilha do Fundão. Foi nessa mesma prova que Emerson também sofreu seu primeiro acidente.

No ano seguinte, seu irmão Wilson teve uma experiência internacional na Fórmula 3, competindo na Argentina. No entanto, apesar das promessas, não conseguiu um carro para disputar as corridas na Europa e retornou ao Brasil. Foi nesse momento que Wilson decidiu construir carros de Fórmula Vee, uma categoria brasileira. Emerson dominou o campeonato de Fórmula Vee em 1967, vencendo cinco das sete provas com um carro construído pelo irmão. Ele também conquistou o campeonato de kart novamente.

Os irmãos Fittipaldi ainda construíram um Fittiporsche e Emerson venceu as II Cem Milhas de Kart em Piracicaba, disputadas em 1968. Contudo, devido à crise na categoria brasileira, Emerson decidiu buscar oportunidades na Europa. Inicialmente, os pilotos Luiz Bueno e Ricardo Achcar também iriam com ele, mas acabaram desistindo. Antes de viajar, Emerson conquistou sua última vitória no Brasil nas 12 Horas de Porto Alegre, pilotando um Volkswagen 1600.

Emerson teve sua primeira corrida internacional em 7 de abril de 1969, na Holanda, e três meses depois estreou na Fórmula 3 britânica, após obter várias vitórias na Fórmula Ford. Aos 22 anos de idade, ele se consagrou campeão da categoria. Seu talento chamou a atenção de Colin Chapman, proprietário da Lotus, que o contratou no ano seguinte para correr em sua equipe de Fórmula 1.

Emerson Fittipaldi na Fórmula 1

Emerson Fittipaldi teve uma carreira brilhante na Fórmula 1, conquistando dois campeonatos mundiais e estabelecendo-se como um dos pilotos mais talentosos e respeitados de sua geração. Sua estreia aconteceu em 1970, pela Lotus. No entanto, foi em 1972 que realmente chamou a atenção, ao se tornar o campeão mundial mais jovem da história, aos 25 anos. Ele conquistou cinco vitórias nessa temporada, incluindo um impressionante desempenho no GP da Grã-Bretanha, onde liderou de ponta a ponta.

Em 1973, continuou sua boa forma, vencendo três corridas e lutando pelo título mundial novamente. No entanto, ele acabou ficando em segundo lugar na classificação geral, atrás de Jackie Stewart. Ainda assim, sua consistência e habilidade ao volante o estabeleceram como um dos principais pilotos da época.

Seu segundo título mundial veio em 1974, quando ele teve uma temporada excepcionalmente consistente, conquistando três vitórias e terminando no pódio em sete das 15 corridas. Vale lembrar que naquela época os carros não eram tão confiáveis quanto os de hoje e abandonos eram constantes, por isso o desempenho é ainda mais louvável.

Após seu segundo título, a carreira de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 teve altos e baixos. Depois fundou a Copersucar-Fittipaldi, mas não conseguiu repetir o sucesso dos primeiros anos. Deixou a F1 definitivamente em 1980, com dois títulos (1972 e 1974), 14 vitórias, 35 pódios, seis pole positions e 149 GPs disputados.

Sucesso e título com a Lotus

A estreia de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 ocorreu no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1970, em Brands Hatch, onde, mesmo largando nas últimas posições, terminou a prova em oitavo lugar. Três semanas depois, em Hockenheim, conquistou seus primeiros pontos ao terminar em 4º lugar.

No final daquele ano, durante uma corrida em Monza, seu companheiro de equipe, Jochen Rindt, pediu para Emerson amaciar seu carro para a corrida do dia seguinte. No entanto, enquanto pilotava o carro de Rindt, sofreu um acidente que destruiu o veículo de seu companheiro, tornando-o impossibilitado de ser utilizado na corrida. Como Rindt liderava o campeonato, a Lotus decidiu deixar Emerson de fora da corrida e permitiu que colega competisse com o carro do brasileiro.

Infelizmente, Jochen Rindt faleceu em um acidente durante a corrida, um incidente que também poderia ter custado a vida de Fittipaldi. A equipe, em luto, decidiu se retirar das duas corridas seguintes e retornou no penúltimo GP da temporada, em Watkins Glen. Nesse dia, Emerson conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1 e, ao mesmo tempo, impediu que seus adversários alcançassem a pontuação de Rindt, que se tornou o primeiro – e até agora o único – campeão póstumo da categoria.

No ano de 1971, não conquistou vitórias, mas sua consistência lhe rendeu três pódios. Em 1972, com cinco vitórias, ele se tornou o campeão mundial mais jovem da história da F1, aos 25 anos, oito meses e 29 dias. Esse recorde foi mantido por mais de três décadas e só foi quebrado em 2005 pelo piloto espanhol Fernando Alonso.

Em 1973, venceu mais três corridas, mas perdeu o título para o escocês Jackie Stewart. O sucesso de Fittipaldi contribuiu significativamente para a inclusão do Grande Prêmio do Brasil no calendário internacional no ano seguinte, realizado no circuito de Interlagos, onde ele mesmo conquistou a vitória na corrida inaugural.

Breve passagem incrível pela McLaren

Após o vice-campeonato de 1973, o piloto brasileiro foi contratado pela McLaren, que já estava na Fórmula 1 desde 1966, mas que nunca havia conqusitado o título de pilotos. Logo na temporada de estreia, Emerson Fittipaldi venceu três provas, chegou duas vezes em segundo e ergueu a taça, superando Clay Regazzoni.

A passagem pela McLaren foi extremamente curta e chegou ao fim em 1975, quando novamente o brasileiro disputou o título, vencendo a primeira corrida na Argentina e repetindo a dose na Inglaterra. No fim das contas, chegou em segundo nas últimas duas provas e foi vice-campeão, atrás de Niki Lauda, que ganhou o título com sobras.

Fundação da Copersucar e últimos anos na F1

Em 1975, Emerson Fittipaldi fundou a equipe Fittipaldi em parceria com seu irmão. Essa equipe era totalmente brasileira e ficou conhecida como Copersucar, devido ao patrocínio da cooperativa brasileira de açúcar e álcool. O primeiro ano, em 1976, foi frustrante, com várias desistências nas corridas.

Em 1977, conquistou alguns resultados razoáveis, como três 4º lugares, mas foi em 1978 que ele teve um grande momento em sua própria equipe, com o modelo F5A, terminando o Grande Prêmio do Brasil, no circuito de Jacarepaguá, em 2º lugar. A equipe conseguiu dois 4º lugares, um 5º lugar e um 6º lugar naquele ano, encerrando a temporada em 7º lugar, com 17 pontos.

As expectativas eram altas para o campeonato de 1979. Na corrida de abertura, Emerson terminou o GP da Argentina em 6º lugar, utilizando o chassi do ano anterior, mas quando passou para o Fittipaldi F6, enfrentou dificuldades. O carro tinha um design muito bonito, mas tinha um problema sério: excesso de torção no chassi, tornando-o difícil de controlar, especialmente nas curvas.

Desentendimentos com o projetista Ralph Bellamy resultaram em um desempenho terrível do carro no campeonato. O carro foi alvo de piadas, sendo chamado de “açucareiro”, e, como resultado, a Copersucar retirou seu apoio à equipe. A partir desse momento, a equipe começou a enfrentar um declínio técnico.

No final de 1980, no mesmo circuito de Watkins Glen onde ele venceu sua primeira corrida, Emerson Fittipaldi se aposentou da Fórmula 1 como piloto. Naquele ano, conseguiu seu último pódio com um 3º lugar em Long Beach, com seu compatriota Nelson Piquet como vencedor, e conquistou sua primeira vitória na categoria.

Em 1981, Emerson assumiu o cargo de chefe de equipe, tendo como pilotos o finlandês Keke Rosberg e o brasileiro Chico Serra. Com recursos limitados e equipamentos de segunda linha, o time não marcou pontos no campeonato. No campeonato de 1982, após Chico Serra conquistar um ponto no Grande Prêmio da Bélgica, a equipe encerrou suas atividades devido a questões financeiras.

Emerson Fittipaldi na Fórmula Indy

Emerson Fittipaldi teve uma experiência interessante com carros da CART, a categoria estadunidense de corridas de monopostos, durante seu tempo na Fórmula 1. Inicialmente, ele realizou testes com esses carros em circuitos ovais, mas não gostou da experiência. No entanto, após encerrar sua carreira na F1, decidiu dar uma chance à Fórmula Indy e participou de algumas corridas em 1984. Surpreendentemente, em seu primeiro ano na categoria, conquistou a vitória no desafiador circuito oval do GP de Michigan.

Aos 38 anos, Emerson mostrou sua habilidade e talento ao assinar com a equipe Patrick Racing para competir regularmente no campeonato da CART de Fórmula Indy. Ao longo de cinco anos, obteve seis vitórias. Em 1989, após conquistar cinco vitórias na temporada, tornou-se o primeiro brasileiro a se tornar campeão da categoria.

Uma de suas vitórias mais marcantes foi nas 500 Milhas de Indianápolis, onde liderou 158 das 200 voltas. No emocionante final da prova, travou um duelo com Al Unser Jr. A cinco voltas do final, sofreu ultrapassagem, mas, faltando apenas duas voltas, se aproximou novamente devido a um grupo de retardatários que seguraram Unser Jr. Na curva 3, Fittipaldi colocou seu carro por dentro e os dois se tocaram a mais de 350 km/h. O rival. rodou e bateu no muro, enquanto Emerson conseguiu manter o controle do seu carro e venceu a prova sob bandeira amarela.

Em 1990, foi contratado por Roger Penske para integrar a equipe Penske na Fórmula Indy. Ele continuou sendo um dos melhores pilotos da categoria, e em 1993 conquistou sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, superando o campeão da Fórmula 1 de 1992, Nigel Mansell. Após a vitória, comemorou tomando suco de laranja em vez do tradicional copo de leite, como forma de promover o produto de suas fazendas.

Emerson encerrou sua participação na Fórmula Indy em 1996, após um grave acidente no Michigan International Speedway. Ao longo de sua carreira na Fórmula Indy, ele obteve 22 vitórias e 17 pole positions, além do título de 1989 e dos vice-campeonatos de 1993 e 1994.

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