Minardi: Quando correu na Fórmula 1, histórias e por que deixou de existir
A equipe italiana Minardi teve uma longa história na Fórmula 1, apesar de não ter conquistado grandes resultados em termos de campeonatos ou vitórias. Estreou em 1985, com fundação de Giancarlo Minardi, participando de 21 temporadas na categoria até ser adquirida pela Red Bull, em 2005. Durante sua trajetória, enfrentou dificuldades financeiras constantes e geralmente operava com orçamentos muito limitados em comparação às scuderias de ponta.
Ao longo dos anos, vários pilotos talentosos passaram pela Minardi, incluindo nomes como Alessandro Nannini, Giancarlo Fisichella, Jarno Trulli, Fernando Alonso e Mark Webber. Esses pilotos tiveram a oportunidade de mostrar seu talento na equipe, mesmo que as chances de vitória fossem mínimas.
Em 2005, a Red Bull comprou a equipe e a renomeou como Scuderia Toro Rosso, marcando o fim da era da Minardi na F1. Apesar de não terem alcançado sucesso significativo em termos de campeonatos ou vitórias, a scuderia deixou um legado duradouro como uma equipe lutadora e apaixonada que conquistou o coração de muitos fãs da Fórmula 1.
Quando a Minardi competiu na Fórmula 1?
A Minardi F1 Team foi uma equipe de automobilismo italiana fundada por Giancarlo Minardi, que competiu na Fórmula 1 de 1985 a 2005. Embora tenha conquistado uma base de fãs global, sempre foi considerada pequena, alcançando resultados modestos. Foram 345 Grandes Prêmios, com 320 largadas, sem nenhum pódio, volta mais rápida ou pole position.
Em 2006, a Red Bull adquiriu toda a estrutura da equipe e a renomeou como Scuderia Toro Rosso, tornando-a uma espécie de equipe-satélite da Red Bull Racing. No entanto, essa mudança não marcou o fim da Minardi, que continuou ativa na competição da GP2 Series em parceria com Nelson Piquet. Entre 2006 e 2008, correu sob a denominação “Minardi Team USA” e, com a reunificação da Champ Car com a Indy Racing League, passou a ser chamada de HVM Racing.
Passagem da Minardi pela Fórmula 1
A passagem da Minardi pela Fórmula 1 foi marcada por luta, desafios financeiros e perseverança. Fundada em 1985, a equipe entrou na categoria com o objetivo de competir em alto nível, mesmo enfrentando adversidades significativas. Desde o início, teve dificuldades financeiras, operando com orçamentos muito menores do que os times de ponta. Isso resultou em limitações no desenvolvimento do carro, na contratação de pilotos e na capacidade de competir de igual para igual.
Ao longo dos anos, tornou-se conhecida por sua paixão, espírito combativo e disposição para enfrentar desafios. Embora raramente estivesse na disputa por vitórias ou campeonatos, sempre lutava para alcançar bons resultados. Em várias ocasiões, pilotos como Pierluigi Martini, Alessandro Nannini, Giancarlo Fisichella, Jarno Trulli, Fernando Alonso e Mark Webber conseguiram superar as limitações do carro e obter resultados notáveis, como pontos e posições de destaque em corridas.
A falta de recursos financeiros foi um obstáculo para a equipe, que muitas vezes dependia de patrocínios limitados e de pilotos pagantes para financiar sua participação na categoria. A Minardi ganhou respeito e admiração por seu papel no desenvolvimento de jovens pilotos. Vários talentos passaram pela equipe no início de suas carreiras, tendo a oportunidade de ganhar experiência e mostrar potencial antes de seguirem para scuderias maiores. Isso incluiu Fernando Alonso, que depois se tornou bicampeão mundial.
Em 2005, foi adquirida pela Red Bull e renomeada como Scuderia Toro Rosso, marcando o fim da era da Minardi na Fórmula 1. Embora não tenha alcançado sucesso significativo em termos de títulos ou vitórias, seu legado continua vivo como uma equipe que nunca desistiu, mesmo nas condições mais adversas. Com o novo nome, o time conquistou duas vitórias na categoria.
Primeiros anos da Minardi na F1
Em 1985, Giancarlo Minardi, que já possuía uma equipe própria, decidiu entrar na Fórmula 1. A estreia ocorreu na prova de abertura, o GP do Brasil. O piloto italiano Pierluigi Martini, vindo da Toleman, foi contratado. O primeiro carro inicialmente utilizou motores Ford Cosworth DFV V8, já que os propulsores da Motori Moderni não estavam prontos. Somente na terceira corrida, em Portugal, estreou seus motores e não teve um desempenho notável ao longo da temporada. Com muitos abandonos e apenas três corridas concluídas, não somou nenhum ponto.
Em 1986, Martini deu lugar a Alessandro Nannini, e Andrea de Cesaris, ex-Ligier, foi contratado para o segundo carro. Mais uma vez, a equipe não conseguiu pontuar, tendo como melhor resultado um 8º lugar de De Cesaris em uma temporada com trinta abandonos. Os dois pilotos juntos conseguiram completar apenas uma corrida.
No ano de 1987, De Cesaris saiu da Minardi e foi substituído pelo espanhol Adrián Campos. Nannini permaneceu na equipe, mas ambos tiveram uma temporada ruim, e a Minardi, ainda com os motores da Motori Moderni, continuou sem marcar pontos. Naquele ano, o italiano concluiu três corridas e o espanhol uma.
Na temporada de 1988, trocou os motores da Motori Moderni e passou a utilizar um Ford Cosworth V8 aspirado. Adrián Campos permaneceu na equipe, e com ele outro espanhol, Luis Pérez-Sala, foi contratado. Campos disputou cinco corridas, largando em duas e não se classificando para três, sendo substituído por Martini. Em seu retorno, Martini conquistou um feito histórico: marcou seu primeiro ponto e o primeiro ponto da Minardi ao terminar em 6º lugar no GP dos Estados Unidos.
Martini e Sala permaneceram para a temporada de 1989, e outro piloto italiano, Paolo Barilla, substituiu seu compatriota em uma corrida (Grande Prêmio do Japão). Na sua 5ª temporada, a Minardi viveu seus melhores anos, com Martini conquistando um 5º lugar nos Grandes Prêmios da Grã-Bretanha (a primeira vez em que dois carros da equipe marcaram pontos: 5º lugar de Martini e 6º de Sala) e de Portugal (liderando uma volta, embora brevemente). Além disso, Martini terminou em 6º lugar na Austrália. Com mais pontos marcados, terminou em 10º lugar com um total de 6 pontos.
Em 1990, Martini seguida na equipe e Barilla, que havia disputado uma corrida em 89, foi seu companheiro, mas este último foi demitido após não se classificar para o Grande Prêmio da Espanha. Gianni Morbidelli, substituto de Barilla, também não conseguiu marcar pontos. Martini alcançou outra feito histórico ao largar na 2ª posição em Phoenix, atrás apenas de Gerhard Berger, da McLaren. No entanto, mesmo com esse feito, a equipe não marcou pontos.
Para a temporada de 1991, recebeu motores de 12 cilindros fornecidos pela Ferrari. O time de Faenza manteve Martini e Morbidelli, com Morbidelli ocupando o lugar de Alain Prost na Ferrari na corrida da Austrália, sendo substituído por Roberto Moreno. Apenas Martini marcou pontos com dois 4º lugares nos GPs de San Marino e Portugal. A equipe terminou em 7º lugar no Campeonato de Construtores, a melhor classificação na história.
Em 1992, trocou os motores Ferrari pelos motores Lamborghini V12. Martini deixou a Minardi e foi para a Dallara, e o brasileiro Christian Fittipaldi foi contratado. Morbidelli retornou com um contrato em tempo integral, e outro piloto italiano, Alessandro Zanardi, substituiu Christian em três corridas devido ao acidente do brasileiro nos treinos para o Grande Prêmio da França. O sobrinho de Emerson Fittipaldi marcou seu primeiro ponto na carreira ao terminar em 6º lugar em Suzuka, e esse único ponto classificou a equipe em 12º lugar, empatada com Jordan e Larrousse.
No campeonato de 1993, iniciou com o italiano Fabrizio Barbazza, enquanto Christian permaneceu. Barbazza marcou 1 ponto com um 6º lugar nos GPs da Europa, em Donington Park, e em San Marino. Apesar disso, Barbazza foi dispensado por considerarem seus resultados ineficientes. Pierluigi Martini foi novamente contratado para substituí-lo na Inglaterra e pelo restante do campeonato. Christian pontuou em duas corridas, com um 4º lugar na África do Sul (o melhor resultado da equipe até então) e 2 pontos com um 5º lugar em Mônaco. Ao fim do campeonato, marcou 7 pontos e terminou em 8º lugar geral.
Fase intermediária da equipe
A temporada de 1994 marcou o início da queda da Minardi. Martini permaneceu e outro veterano, Michele Alboreto, foi contratado no lugar de Gounon, vindo da Scuderia Italia, que havia sido incorporada à equipe de Faenza. No fatídico Grande Prêmio de San Marino, Alboreto perdeu o pneu traseiro direito de seu carro, que atingiu um mecânico da Ferrari ao deixar a pista. Os melhores resultados na temporada foram dois quintos lugares conquistados por Martini, além do 6º lugar de Alboreto em Mônaco (em seu último ano na categoria). Com pilotos “caseiros”, acabaram em 10º lugar com 5 pontos.
Em 1995, após vários esforços, a Minardi voltou a ficar no fundo do grid. Pierluigi Martini, aos 34 anos e mesmo sendo muito respeitado por todos no paddock, estava visivelmente fora de ritmo, e Giancarlo Minardi, agora como diretor esportivo, o substituiu pelo português Pedro Lamy. Lamy salvou a honra da equipe na Austrália, conquistando o único ponto (6º lugar), mas a equipe terminou em 10º e último lugar na classificação geral de construtores.
A temporada de 1996 é considerada uma das piores da história da Minardi. Quatro pilotos (Pedro Lamy, Giancarlo Fisichella, Tarso Marques e Giovanni Lavaggi) se revezaram no cockpit. Antes de contratar Fisichella, o japonês Taki Inoue havia sido contratado em janeiro, mas, duas horas antes da apresentação oficial, um representante da Unimat (principal patrocinador de Inoue) ligou para informar que a empresa não investiria os 3 milhões de dólares em patrocínio, cancelando o contrato. No final das contas, a equipe não marcou nenhum ponto.
Em 1997, o japonês Ukyo Katayama, vindo da Tyrrell, foi contratado, e seu companheiro de equipe inicialmente foi outro italiano, Jarno Trulli. A equipe usou motores Hart V8 durante o campeonato. Após o Grande Prêmio do Canadá, Trulli foi para a Prost, substituindo o francês Olivier Panis, que sofreu um acidente na mesma corrida, e Tarso Marques ocupou seu lugar. No entanto, terminou a temporada sem marcar pontos.
Na temporada de 1998, a Minardi mais uma vez utiliza o motor Ford Cosworth. Uma nova dupla de pilotos, formada pelo jovem argentino Esteban Tuero, na época com 19 anos, e pelo japonês Shinji Nakano (ex-Prost), não obteve sucesso e protagonizou mais uma temporada em branco, a terceira consecutiva.
Para 1999, Tuero deixa a equipe e anunciou sua aposentadoria (decisão que foi reconsiderada posteriormente), e Luca Badoer. Nakano abandonou a Fórmula 1 para se dedicar a outras categorias, sendo substituído pelo espanhol Marc Gené. Badoer teve seu melhor momento na Fórmula 1 no GP da Europa, quando chegou a ocupar a quarta posição, mas perdeu a oportunidade de marcar pontos devido à quebra do motor. Gené, marcou o único ponto após resistir bravamente aos ataques do norte-irlandês Eddie Irvine, da Ferrari, que disputava o título com Mika Häkkinen, da McLaren. Após três temporadas consecutivas sem pontuar, a equipe terminou novamente em 10º lugar, com 1 ponto conquistado, à frente da estreante BAR.
Em 2000, Gené permaneceu e o argentino Gastón Mazzacane, apoiado pela emissora local de esportes PSN, foi contratado. No entanto, ambos não conseguiram reerguer a equipe, que, equipada com motores próprios (Fondmetal), mais uma vez não pontuou na classificação geral.
Últimos anos de disputa
No ano de 2001, a Minardi estava à beira da falência e foi adquirida pelo empresário da aviação Paul Stoddart, que a rebatizou como European Minardi (a European Aviation, empresa aérea de propriedade de Stoddart, tornou-se o principal patrocinador da equipe). Após quatro anos, Tarso Marques retornou pela segunda vez e teve companheiro Fernando Alonso. No entanto, devido a um desempenho medíocre, Tarso foi substituído pelo malaio Alex Yoong, que contava com o apoio financeiro do governo de seu país. Apesar dos esforços de Alonso em um carro fraco, a Minardi encerrou mais uma temporada sem pontuar.
Para o campeonato de 2002, a equipe utilizou motores Asiatech e contratou o australiano Mark Webber para substituir Alonso, que foi contratado como piloto de testes pela Renault F1, enquanto Yoong permaneceu na equipe. Correndo em casa, Webber chegou em 5º lugar e conquistou seus primeiros pontos na categoria, encerrando um jejum da Minardi que durava desde o GP da Europa de 1999. Após não conseguir se classificar para o Grande Prêmio da Alemanha, Yoong foi substituído pelo britânico Anthony Davidson, que disputou os Grandes Prêmios da Hungria e da Bélgica, mas abandonou em ambos. Yoong retornou à equipe para as últimas corridas da temporada. A Minardi terminou o campeonato em 9º lugar no campeonato de construtores, com dois pontos.
Na temporada de 2003, houve outra mudança, com Webber indo para a Jaguar e Yoong deixando definitivamente a F1. Em seus lugares, chegaram o experiente neerlandês Jos Verstappen e o inglês Justin Wilson. Durante os treinos livres para o Grande Prêmio da França, Verstappen surpreendeu e registrou o melhor tempo, com Wilson em segundo lugar, mas o carro do piloto inglês foi desclassificado por estar abaixo do peso mínimo. Após a Grã-Bretanha, Justin deixou a equipe para dar lugar ao dinamarquês Nicolas Kiesa, que competiu pelo resto da temporada. Mesmo com a mudança no sistema de pontuação (1º ao 8º lugar), a equipe encerrou o campeonato sem marcar pontos.
No início de 2004, a Minardi contratou o piloto húngaro Zsolt Baumgartner, e seu desempenho em relação ao seu companheiro de equipe, Gianmaria Bruni, foi um pouco melhor. O ponto conquistado com o 8º lugar de Baumgartner no Grande Prêmio dos Estados Unidos classificou o time em 10º e último lugar no campeonato.
Para 2005, Bruni e Baumgartner foram dispensados, contratando o neerlandês Christijan Albers e o austríaco Patrick Friesacher. No início, não houve grandes mudanças, mas no polêmico GP dos Estados Unidos, disputado com apenas seis carros, que a equipe alcançou seu melhor desempenho. Albers terminou em 5º lugar e Friesacher cruzou a linha de chegada em 6º, sendo a segunda e última vez na história da equipe em que ambos os carros pontuaram em uma corrida. Na China, a 19ª e última corrida, também foi a última da equipe, que terminou o campeonato em 10º lugar, a última colocação.
Por que a Minardi deixou a Fórmula 1?
Em novembro de 2005, a Red Bull adquiriu todo o patrimônio da equipe italiana, encerrando uma história de 20 anos, com um total de 38 pontos, 345 corridas (320 largadas), uma largada na primeira fila (2ª posição), uma volta na liderança e 37 pilotos contratados.
A equipe já havia ameaçado falência em algumas oportunidades, como em 1994, mas se manteve de pé até então. Com a venda, um novo nome foi dado e diversas mudanças aconteceram, com a Toro Rosso servindo para testes da equipe principal da Red Bull, com pilotos estreando na equipe e depois indo para a líder, como aconteceu com Max Verstappen, Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo, entre outros.