A Ferrari fez sua tentativa, mas quem venceu a disputa para contratar Adrian Newey na Fórmula 1 a partir de 2025 foi o verde da Aston Martin. A confirmação oficial ainda não foi divulgada devido a questões contratuais entre o lendário projetista e sua atual equipe, a Red Bull, mas espera-se que o anúncio ocorra no início de setembro.
A informação foi publicada pela revista italiana Autosprint nesta terça-feira (6). A revista relata que a “oferta irrecusável” feita por Lawrence Stroll ao ‘Mago da Aerodinâmica’ foi de US$ 100 milhões (R$ 572 milhões na cotação atual) por quatro anos. Este é um investimento extremamente alto, que também foi exigido pelos engenheiros atualmente vinculados à equipe de Silverstone.
Investimento pesado na equipe
Stroll, de fato, tem investido pesadamente para oferecer a Fernando Alonso e a seu filho, Lance Stroll, a melhor estrutura possível para levar a Aston Martin ao topo da Fórmula 1. Uma das recentes contratações significativas foi Enrico Cardile, que veio da Ferrari para assumir o cargo de diretor técnico.
A Autosprint revela, no entanto, que um fator decisivo na escolha de Newey foi a parceria com a Honda a partir da temporada de 2026. Newey visitou as instalações em Silverstone no início de junho e constatou que estava diante de um projeto sólido e bem estruturado para o médio e longo prazo, com o objetivo de competir pelo título mundial. A possibilidade de colaborar com nomes renomados e a confiança na Honda como fornecedora de unidades de potência foram determinantes para convencer o britânico de 65 anos.
Ainda sobre a parceria com a Honda, a publicação destaca que o que mais atraiu Newey foi a exclusividade do acordo com a Aston Martin, semelhante à antiga parceria entre os japoneses e a Red Bull. O apoio econômico e técnico da Aramco também ajudou a colocar a equipe de Stroll em uma posição vantajosa em relação à concorrência.
Após a publicação da matéria pela Autosprint, a Aston Martin emitiu uma nota oficial: “A equipe de F1 Aston Martin é um projeto muito atraente com a visão de Lawrence Stroll, o novo campus tecnológico de última geração e as parcerias com Aramco e Honda. Muitas figuras de alto nível em todas as áreas da equipe estão ligadas ao projeto, mas no momento não temos nada a anunciar.”
Aos 65 anos, Newey é considerado por muitos um dos melhores engenheiros projetistas da história da Fórmula 1. Após se formar na Inglaterra em 1980, Adrian teve seu primeiro contato com o esporte na equipe formada pelos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1, que contava com nomes importantes como o brasileiro Ricardo Divila e o britânico Harvey Postlethwaite.
Em 1988, liderou um projeto mais competitivo na equipe March, que mais tarde se transformou na Leyton House. Em 1991, mudou-se para a Williams, onde ganhou reconhecimento por seus projetos campeões mundiais em 1992, 1993 e 1996, e onde também enfrentou o triste momento da morte de Ayrton Senna.
Em 1997, Newey transferiu-se para a McLaren, ajudando a equipe a quebrar um jejum de vitórias de quatro anos. Na temporada seguinte, em 1998, viu Mika Häkkinen conquistar seu primeiro título mundial, repetido em 1999. Após uma tentativa frustrada de mudança para a Jaguar em 2001, Newey ingressou na Red Bull em 2006. Com ele, vieram os tetracampeonatos de Sebastian Vettel entre 2010 e 2013 e a sequência atual de títulos de Max Verstappen entre 2021 e 2023.
O fim da parceria de Newey com a Red Bull ocorreu após uma investigação sobre o chefe da equipe, Christian Horner, por conduta inapropriada com uma funcionária. Com a confirmação do rompimento, outras equipes rapidamente buscaram o projetista, com a Ferrari parecendo uma futura casa quase certa. Um dos atrativos para os italianos era Lewis Hamilton, com quem Adrian já expressou interesse em trabalhar. No entanto, o alto salário acabou esfriando as negociações.