Emerson Fittipaldi quase correu pela Ferrari? Sim, é verdade. E essa oportunidade surgiu em 1976, após um desastre envolvendo Niki Lauda. O austríaco, lendário tricampeão mundial de Fórmula 1, faleceu aos 70 anos de idade, deixando uma lacuna no mundo do automobilismo e no coração dos fãs. Lauda será lembrado não apenas por suas conquistas nas pistas, mas também por sua impressionante força de vontade.
Em 1976, Lauda estava liderando o campeonato mundial quando sofreu um terrível acidente em Nurburgring, na Alemanha, que quase lhe custou a vida. Emerson Fittipaldi era piloto da Copersucar e foi um dos primeiros a chegar ao local do acidente, encontrando o piloto da Ferrari preso nas chamas de seu carro após uma colisão no desafiador circuito alemão.
Fittipaldi recordou mais tarde: “Eu achei que ele (Niki Lauda) estava com o rosto muito queimado, o pé dele também estava muito estranho. E à noite ele quase morreu por intoxicação de gases. A inalação praticamente queimou uma parte do pulmão. Quando era mais ou menos meia-noite no hospital perto de Nurburgring, a quantidade de oxigênio que ele tinha no sangue era muito baixa. Ele estava quase perdendo a função dos órgãos e ia morrer”
Em meio à tragédia, o chefe da Ferrari se aproximou de Fittipaldi com uma proposta surpreendente, substituir Lauda na equipe: “Tem algumas coisas que são ingratas na Fórmula 1. O chefe de equipe da Ferrari veio até mim e falou: ‘O comendador (Enzo) Ferrari quer falar com você pelo telefone’. Eu achei que ele ia falar alguma coisa para mim do Niki. Ele falou: ‘Emerson, quero que você guie para mim no lugar do Niki’. E o Niki morrendo no quarto do lado. Eu respondi: ‘Comendatore, grazie. Parliamo dopo, ciao (Comendador, obrigado. Falamos depois, tchau)’. É o mundo ingrato do esporte que era na época…”, recordou o brasileiro.
Fittipaldi acabou recusando, consciente da situação crítica de Lauda. O argentino Carlos Reutemann acabou assumindo a vaga. Apesar das sequelas na pele e do período de recuperação, Lauda retornou às pistas, menos de um mês depois do acidente.
A disputa do mundial de pilotos em 1976
Quase dois meses depois do acidente, Lauda competiu no Grande Prêmio da Itália. E embora tenha lutado bravamente até o fim da temporada, o austríaco perdeu o título mundial para James Hunt, da McLaren, na última corrida daquele ano. Niki optou por não participar do GP do Japão, devido às condições climáticas adversas. Com isso, o britânico acabou ficando com o título por um ponto de diferença sobre o piloto da Ferrari.
A história de Niki Lauda na Fórmula 1 é uma prova de sua determinação inabalável e paixão pelo esporte. Sua coragem em face da adversidade o tornou uma figura icônica no automobilismo e seu legado continuará vivo na memória dos fãs por gerações.
Emerson Fittipaldi apesar de não correr pela Ferrari, já havia gravado seu nome na história da F1. Conquistando o bicampeonato nas temporadas de 1972 (Lotus) e 1974 (McLaren), tendo um papel fundamental ao abrir portas para grandes talentos do automobilismo brasileiro.