Rubinho ganhou “presente” de Schumacher após polêmico GP da Áustria em 2002

0

“Hoje não. Hoje não. Hoje sim… hoje sim. É inacreditável.” Todo fã brasileiro de Fórmula 1 reconhece bem esse bordão criado por Cléber Machado e o momento que o originou. Foi no GP da Áustria de 2002, quando Rubens Barrichello, por ordem da equipe Ferrari, foi obrigado a ceder a vitória a Michael Schumacher nos metros finais, em um dos episódios mais polêmicos da história da categoria.

A corrida daquele domingo começou às 14h, horário local, e Barrichello teve uma boa largada, mantendo-se na liderança, enquanto Schumacher ultrapassava seu irmão para assumir a segunda posição. Apesar de múltiplas entradas do safety car, a superioridade da Ferrari permitiu que a dupla abrisse uma considerável vantagem sobre os rivais.

No início da volta final, Barrichello liderava com um segundo de vantagem sobre Schumacher e parecia a caminho de sua primeira vitória no ano, após um início de campeonato difícil, com três abandonos e uma prova não disputada na Espanha devido a problemas de câmbio.

Pelo rádio, o então diretor técnico Ross Brawn informou Schumacher que Barrichello lhe cederia a vitória. Após o brasileiro frear na última curva, Schumacher afirmou que chegou a desacelerar ainda mais, esperando que a ordem de equipe não fosse cumprida, mas acabou cruzando a linha de chegada em primeiro.

Na transmissão brasileira, Cléber Machado comandava a ação na TV Globo, enquanto Galvão Bueno se preparava para a cobertura da Copa do Mundo, que começaria no mês seguinte. Sua reação à ordem de equipe da Ferrari ficou marcada na história: “Eles vão pra última, a mesma do ano passado. Hoje não, hoje não. Hoje sim… hoje sim. É inacreditável. Não há nenhuma necessidade da Ferrari fazer isso.”

Schumacher deu “presente” para Rubinho após o papelão

A reação foi imediata. Ao subirem ao pódio, Schumacher e Barrichello foram fortemente vaiados pelo público que lotava o autódromo. Para tentar acalmar os ânimos, o alemão cedeu o lugar mais alto do pódio ao brasileiro e entregou-lhe de “presente” o troféu de vencedor.

Na coletiva, Schumacher disse entender a decisão da Ferrari: “A equipe investe muito dinheiro com um objetivo claro e imagina que, se no fim, não alcançarmos esse objetivo por falta de pontos, pareceríamos muito tolos.”

A repercussão negativa foi tão grande que o próprio Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, divulgou um comunicado oficial sobre o caso: “Hoje, todo o Brasil está de acordo: Rubens Barrichello venceu o GP da Áustria. Esse troféu é dele”.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.