Por que a McLaren parou de usar cinza e agora o carro é laranja na F1?

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Até 1967, a CSI (atual FIA) exigia que as equipes de Fórmula 1 adotassem as cores nacionais de seus países de origem: a Itália utilizava o vermelho, a França o azul e a Grã-Bretanha o verde. Em 1966, a equipe fundada por Bruce McLaren entrou na Fórmula 1 representando as cores de sua terra natal, a Nova Zelândia, e por isso adotou um carro branco com nuances de cinza e verde.

A McLaren havia produzido seu primeiro modelo dois anos antes, em 1964. Tratava-se de um carro esportivo chamado M1A, que ostentava uma pintura em tons de cinza e prata. Em 1966, a McLaren também ingressou no Can-Am, um campeonato de carros esportivos realizado na América do Norte, e adotou a cor vermelha, a mesma que seria utilizada no ano seguinte na Fórmula 1.

A escolha da cor vermelha gerou certa controvérsia no Grande Prêmio da Itália, pois essa era a cor oficial da Ferrari. No entanto, diante do desempenho ruim dos carros da equipe italiana e da presença de Bruce McLaren na primeira fila, os organizadores consideraram “interessante” ter um carro vermelho no grid e mudaram de ideia, permitindo a participação do carro com suas cores originais.

McLaren adota a cor laranja

Entretanto, em 1967, Teddy Mayer, um dos fundadores da McLaren, notou um carro laranja de um concorrente na Can-Am e percebeu que a cor era bastante chamativa, o que poderia proporcionar destaque nas transmissões televisivas, que estavam dando os primeiros passos na cobertura de corridas automobilísticas na época. Considerando que as cores ainda não eram muito nítidas na televisão, o laranja certamente atrairia a atenção dos telespectadores.

Em 1968, a McLaren adotou oficialmente a cor laranja também na Fórmula 1, com Denny Hulme pilotando o M5A, que mais tarde teve a adição da cor azul. Foi com essa combinação cromática que Bruce McLaren conquistou a primeira vitória da equipe no Grande Prêmio da Bélgica daquele ano.

A cor laranja permaneceu na equipe até meados da década de 1970, pelo menos na Indy 500, uma vez que a McLaren estreou na corrida em 1969, conquistando três títulos, um deles pela equipe Penske, e na Can-Am.

O cinza na McLaren por meio de um patrocinador

Na Fórmula 1, a cor laranja perdeu espaço em 1971 com a chegada do patrocinador Yardley, que tornou o carro praticamente todo branco. Em 1974, a Marlboro começou a patrocinar a equipe, impondo seu esquema de cores vermelho e branco. Essa parceria durou 23 temporadas, até 1996.

Houve esperança de que a cor laranja retornasse quando o MP4/12 apareceu na pré-temporada de 1997. No entanto, um acordo com a marca de cigarro West foi feito e a equipe adotou as cores cinza e preto, as cores deixaram de ser adotadas com o fim parceria entre equipe e marca.

Em 2006, houve outra aparição na pré-temporada, mas sem sucesso. Após muita especulação, somente em 2017 a cor laranja retornou como pintura definitiva, ainda combinada com o preto. Em 2018, o tradicional laranja com azul foi reintroduzido.

A vitória de Daniel Ricciardo no Grande Prêmio da Itália, com uma dobradinha com Norris em segundo lugar, marcou a primeira vitória da McLaren com um carro predominantemente laranja desde o Grande Prêmio do México de 1969. Agora, espera-se que a cor permaneça definitivamente na equipe, proporcionando uma identidade visual semelhante à da Ferrari e ao vermelho.

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