Personagens de treta em 2008: Massa e Piquet já compartilharam momento especial na F1

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Quando se fala nos nomes de Felipe Massa e Nelsinho Piquet é impossível não lembrar da temporada 2008 da Fórmula 1. O acidente proposital de Piquet em Singapura, Massa se dando naquela corrida. Disputa que acabou tendo influência no resultado daquele mundial. Uma grande treta com consequências até os dias atuais, com Massa buscando o título daquele ano na justiça.

Mas nem só de treta os torcedores têm na lembrança envolvendo Massa e Piquet. Um momento histórico e muito especial para o automobilismo brasileiro já foi compartilhado por ambos na Fórmula 1, no mesmo ano de 2008.

Competindo pelo título mundial, Lewis Hamilton e Felipe Massa ocupavam a primeira fila do grid no Grande Prêmio da Alemanha há quase 16 anos, em 20 de julho de 2008. A diferença entre os dois pilotos era de apenas dois pontos, e eles disputariam o campeonato até o final daquela temporada, culminando em um desfecho memorável na última volta da última corrida, no Brasil.

Entretanto, poucos poderiam prever que um dos protagonistas daquele dia em Hockenheim largaria da 17ª posição. Nelsinho Piquet, enfrentando uma temporada desafiadora em sua estreia na Fórmula 1, tentava encontrar seu lugar na categoria.

Com Fernando Alonso como companheiro de equipe e enfrentando dificuldades com o desempenho da Renault, o brasileiro enfrentava um ano de aprendizado árduo, apesar de ter conquistado um sétimo lugar (que, naquela época, rendia apenas dois pontos) na França, duas corridas antes.

Sorte sorriu para Piquet na corrida

Com Lewis Hamilton liderando com o melhor ritmo e Felipe Massa confortável em segundo lugar, o Grande Prêmio de Hockenheim parecia bastante previsível até a volta 35, quando a suspensão de Timo Glock cedeu na entrada da reta, fazendo o alemão colidir com o muro.

Nesse momento, Nelsinho Piquet, que estava em uma estratégia de uma parada, entrou nos boxes, enquanto a maioria do grid seguia uma tática de duas paradas.

O momento foi oportuno para Piquet, pois ele estava nos boxes exatamente quando Glock colidiu com o muro. Naquela época, os carros não precisavam aguardar que o pelotão se agrupasse atrás do Safety Car para abrir os boxes, uma regra que foi abolida após a polêmica vitória de Fernando Alonso em Singapura, no ano seguinte.

Dessa forma, após seu pit stop, Piquet, que estava fora da zona de pontuação, emergiu em terceiro lugar, atrás apenas de Hamilton (que não parou nos boxes sob o SC) e Nick Heidfeld, que ainda não havia feito sua parada.

Quando Hamilton e Heidfeld pararam, e a corrida recomeçou com bandeira verde, Piquet assumiu a liderança, seguido por Felipe Massa em segundo. Contudo, Hamilton estava imparável naquele dia.

Ele saiu dos boxes atrás dos dois brasileiros e de seu companheiro Heikki Kovalainen. Kovalainen abriu caminho para Hamilton passar e o britânico não perdeu tempo em alcançar Massa e Piquet.

Embora Massa tenha tentado resistir, ele não conseguiu evitar que Hamilton o ultrapassasse. Enquanto isso, Piquet, em sua melhor performance da temporada, ofereceu pouca resistência ao ataque de Hamilton, já que o segundo lugar ainda era um excelente resultado para ele.

Resultado histórico para o automobilismo brasileiro

Foi o primeiro pódio brasileiro duplo na Fórmula 1 desde o Grande Prêmio da Bélgica de 1991, quando Ayrton Senna venceu e Nelson Piquet conquistou seu último pódio no campeonato mundial. Com essa vitória, Hamilton abriu uma vantagem de seis pontos sobre Massa no campeonato.

Piquet, que alcançou seu melhor resultado na Fórmula 1 naquele dia, recordou a prova com satisfação. “Foi engraçado. A Renault estava enfrentando muitas dificuldades naquele ano. Por sorte com o Safety Car, paramos na hora certa, nos posicionamos bem na pista, a sequência da estratégia deu certo e o carro começou a se comportar bem”, disse ele em entrevista ao site Motorsport.com.

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