Nelson Piquet ganhava valor acima do esperado na Lotus
Quando Ayrton Senna deixou a Lotus no final de 1987 para se juntar à McLaren, a equipe contratou Nelson Piquet como substituto, uma manobra que surpreendeu alguns torcedores, tendo em vista que a equipe já não tinha o carro competitivo que teve na metade daquela década.
Nelson Piquet sabia disso, mas mesmo assim assinou o contrato, pois queria faturar. O então campeão do mundo (título conquistado em 1987 pela Williams) assinou com a Lotus por um salário anual de R$ 10 milhões por temporada, informação revelada pelo próprio Piquet, no Podcast “Pelas Pistas“, no Youtube, em julho desse ano.
O valor era significativamente superior aos US$ 1,5 milhão (R$ 3,4 milhões) recebidos por Ayrton Senna em sua última temporada na equipe, conforme revelou o jornalista Fábio Seixas em reportagem para a “Folha de S.Paulo”.
Condições Contratuais e Status de Primeiro Piloto
Na época, Piquet tinha 35 anos, dois títulos mundiais e estava a caminho do terceiro, apesar de problemas de relacionamento na Williams. Já Senna, aos 27 anos, vinha de um quarto e um terceiro lugares no campeonato e era visto como um forte candidato ao título mundial, algo que concretizou logo em sua estreia pela McLaren, em 1988.
Ainda de acordo com a matéria da Folha, ambos os contratos garantiam o status de primeiro piloto na Lotus. O japonês Satoru Nakajima, então companheiro de equipe de Piquet, chegou a assinar um código de conduta que o impedia de ultrapassá-lo em condições normais, além de obrigá-lo a ceder posição caso estivesse à frente do brasileiro.
Diferenças nos contratos de Senna e Piquet
A reportagem do jornal trouxe mais, o seguro de vida de Piquet era avaliado em 750 mil libras, sete vezes mais que o de Senna. Por outro lado, enquanto Senna tinha liberdade para exibir patrocínios pessoais no capacete e no macacão, Piquet era proibido de fazê-lo. Já nas atividades fora das pistas, Senna era proibido de andar de moto ou esquiar, enquanto Piquet tinha maior liberdade, embora seu contrato previsse redução salarial em caso de acidente durante atividades consideradas de risco.