Se criarmos uma votação pra eleger a temporada mais louca da F1, provavelmente o ano de 1982 deve vencer. E talvez o fato que ilustre bem essa fama, se deve ao piloto campeão daquela temporada, conquistar o mundial com apenas uma vitória no ano. E o cara que conquistou essa façanha foi o finlandês Keke Rosberg.
Tudo levava a crer que aquele ano teria o título da Ferrari, com um poderoso carro, o Ferrari 126 C2 e uma dupla que parecia ser a combinação perfeita para a glória, Didier Pironi e Gilles Villeneuve. Mas com o passar da disputa, as coisas começaram a mudar e o mundo da F1 sofreu um enorme choque com a morte do canadense nos treinos para o GP da Bélgica.
Apesar da morte de Villeneuve e da necessidade de reforçar o chassi devido ao acidente, a Ferrari permaneceu resiliente. Nas seis corridas seguintes, Pironi subiu ao pódio em cinco delas e liderou o campeonato, com uma vitória de vantagem sobre John Watson, da McLaren. No entanto, em uma classificação sob forte chuva em Hockenheim, na Alemanha, ele colidiu com a traseira da Renault de Alain Prost e acabou sofrendo um acidente muito parecido ao de Villeneuve. Pironi sobreviveu, mas com a gravidade das lesões sofridas nas pernas, o piloto francês estava fora de combate, não só daquele ano, mas pelo resto da vida na F1.
Sem os favoritos, Rosberg foi certeiro
A vantagem de Pironi era tão grande que o francês só perderia a liderança do campeonato duas corridas antes do fim, ou seja, três Grandes Prêmios após a Alemanha. Foi no GP da Suíça que Keke Rosberg comemorou sua primeira vitória na Fórmula 1 e assumiu a liderança do campeonato. Piloto da equipe Williams, uma das equipes que encontraram maneiras de contornar o limite de peso, uma das grandes questões daquele ano.
Keke viu os pilotos da McLaren e da Renault dividirem os pontos nas duas últimas provas, tornando-se o único campeão da Fórmula 1 a vencer apenas uma corrida naquele ano. Mas um ponto a ser ressaltado é o fato de Rosberg ter sido bastante regular, pontuando em dez das 16 corridas daquele campeonato.
Keke Rosberg era uma figura popular no paddock, mas não era considerado exatamente um campeão merecedor. “A perda dos dois pilotos da Ferrari foi 90% do motivo pelo qual ele venceu. Keke era rápido, mas foi campeão por sorte”, disse o jornalista Giorgio Piola. Já Herbie Blash, um dos grandes nomes da história da Brabham também falou: “Ele venceu apenas uma corrida. Isso é algo digno de um campeão? Honestamente, não. Ele teve sorte”.