Hoje vamos falar do piloto americano Peter Revson, nascido em Nova York. Apesar de uma passagem competente, porém breve, pela Fórmula 1, Revson conquistou duas vitórias pela equipe McLaren. Infelizmente, ele foi mais uma vítima da fragilidade dos carros da categoria na década de 1970, falecendo durante um teste em Kyalami, em 1974.
Peter Revson era simplesmente o herdeiro da empresa de cosméticos Revlon. Mas, mesmo com um patrimônio financeiro substancial, a verdadeira paixão do americano residia na pilotagem de carros de corrida. Após uma temporada de 1964 na Fórmula 1 por equipes privadas, na qual obteve pouco sucesso, Revson voltou sua atenção para as corridas americanas.
Em 1971, competindo pela McLaren, conquistou a pole position e terminou em segundo lugar nas 500 Milhas de Indianápolis. No final do mesmo ano, participou da etapa de Watkins Glen da Fórmula 1 pela Tyrrell e assinou contrato para ser piloto titular da McLaren em 1972.
Mesmo ausente em duas corridas devido a compromissos nos EUA, Revson encerrou o campeonato em um sólido quinto lugar. Ele conquistou quatro pódios, com três terceiros lugares (África do Sul, Inglaterra e Áustria) e um segundo lugar no Canadá.
Na Indy 500, Revson garantiu a segunda posição no grid e esteve na disputa pela liderança durante boa parte da corrida, porém teve que abandonar devido a problemas na caixa de câmbio de sua McLaren.
Vitórias na Fórmula 1
Peter foi mantido na equipe para a temporada de 1973 e conquistou suas duas vitórias na Fórmula 1. A primeira delas foi na Inglaterra, onde ultrapassou Ronnie Peterson para garantir a vitória. A segunda vitória veio no Canadá, onde uma confusão na cronometragem resultou na sua declaração como vencedor, apesar de inicialmente terem pensado que Emerson Fittipaldi havia vencido.
Curiosamente, Emerson foi contratado para substituir Revson na McLaren em 1974. O americano encontrou um novo lar na emergente equipe Shadow, que tinha americanos em posições de comando. No entanto, a temporada não começou com bons resultados para Revson, com abandonos na Argentina e no Brasil, apesar de ter largado na segunda e terceira filas, respectivamente.
Na sequência, demonstrando o potencial do carro, Revson conquistou o sexto lugar na Corrida dos Campeões, realizada em Brands Hatch. Pouco depois, o americano e parte da equipe Shadow partiram para a África do Sul, onde estavam programados testes com novidades no carro visando à corrida de Kyalami, que aconteceria em poucos dias.
Acidente fatal
Revson estava satisfeito com as mudanças. O modelo DN3 apresentava diversas peças em titânio, um material que naquela época era praticamente experimental na Fórmula 1. No entanto, durante uma volta na veloz curva Barbecue Bend, à direita, a suspensão dianteira esquerda se rompeu. O carro seguiu reto em direção ao guard rail externo e acabou ficando encaixado na barreira, em uma dinâmica semelhante ao acidente de Cevert em outubro de 1973. Infelizmente, Revson faleceu instantaneamente.
Foi a terceira tragédia fatal na categoria em apenas sete meses, juntando-se às fatalidades de Roger Williamson e François Cevert. Com tantos acidentes fatais em rápida sucessão, não seria exagero descrever o início da década de 1970 como os “anos de chumbo” na Fórmula 1.