Felipe Massa abraçou Nelsinho Piquet e Hamilton em comemoração na F1

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Felipe Massa está nos holofotes pela luta na justiça pelo título mundial de 2008. Um dos personagens dessa briga é Nelsinho Piquet, protagonista da polêmica batida no GP de Singapura daquele ano. Mas você lembra do dia em que os brasileiros praticamente “rivais” nessa briga judicial, já se abraçaram no pódio da Fórmula 1

Hoje, o Brasil não possui nenhum representante na Fórmula 1, mas há mais de uma década, o cenário era diferente: em 20 de julho de 2008, Nelsinho Piquet e Felipe Massa compartilharam o pódio no GP da Alemanha, conquistando o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Essa foi a última vez que dois pilotos brasileiros terminaram entre os três primeiros em uma corrida na principal categoria do automobilismo mundial.

O campeonato de 2008 estava notavelmente equilibrado. Após nove das 18 corridas, Lewis Hamilton, Felipe Massa e Kimi Raikkonen estavam rigorosamente empatados com 48 pontos.

No entanto, o inglês tinha a vantagem sobre os pilotos da Ferrari no desempate pelo número de vitórias: três, em comparação com as duas de seus rivais. Além deles, Robert Kubica também estava na briga direta, dois pontos atrás dos três líderes.

A história da corrida na Alemanha

Em Hockenheim, a disputa direta pela pole position se concentrou entre Hamilton e Massa, com o piloto da McLaren superando o brasileiro por uma diferença de 0s193. Raikkonen e Kubica enfrentaram contratempos, garantindo apenas a sexta e a sétima posições no grid, respectivamente. Enquanto isso, Nelsinho Piquet enfrentava dificuldades com sua Renault, conseguindo apenas a 17ª colocação, 12 posições atrás de seu companheiro de equipe, Fernando Alonso.

A estratégia dos líderes incluía dois pit stops, e Hamilton e Massa lideraram desde o início, seguidos de perto por Heikki Kovalainen (McLaren), Kubica e Jarno Trulli (Toyota). Após a primeira rodada de paradas nos boxes, Hamilton e Massa permaneceram nas primeiras posições, sem que o brasileiro conseguisse ameaçar a liderança do inglês.

Contudo, o desenrolar da corrida tomou um novo rumo na volta 35 de 67, quando a suspensão traseira esquerda do carro da Toyota de Timo Glock se quebrou na entrada da reta dos boxes. O veículo perdeu o controle e colidiu violentamente com o muro interno, ricocheteando para a grama do lado oposto da pista.

Apesar do impacto, Glock saiu ileso do acidente. No entanto, os organizadores da prova decidiram acionar o carro de segurança. Essa intervenção acabou por embaralhar as estratégias de corrida e beneficiou Nelsinho Piquet, que estava realizando sua única parada nos boxes no momento em que a bandeira amarela foi acionada.

Por acaso, o momento em que Nelsinho fez seu pit stop foi perfeito, pois ele não precisaria mais reabastecer durante a corrida, ao contrário dos outros competidores que teriam que parar pelo menos mais uma vez antes do final da corrida.

Isso possibilitou que o brasileiro saltasse para o terceiro lugar imediatamente após as paradas, quando todos os outros pilotos foram aos boxes após a saída do safety car. Apenas Lewis Hamilton e Nick Heidfeld não fizeram reabastecimento para terminar a corrida, o que significava que teriam que fazer um terceiro pit stop.

Infelizmente, a Renault acabou usando esse incidente do pit stop de Nelsinho na Alemanha para pressioná-lo a provocar um acidente intencional na corrida de Singapura, a fim de beneficiar a estratégia de Fernando Alonso. Mas isso é assunto para outro momento e será abordado em um post futuro.

Cientes da necessidade de realizar mais uma parada nos boxes, Hamilton e Heidfeld aceleraram ao máximo para construir uma vantagem e se prepararem para o pit stop adicional. Enquanto isso, Nelsinho Piquet mantinha firme o terceiro lugar, à frente de Felipe Massa, cujo desempenho estava abaixo do esperado após sua segunda parada.

Quando Hamilton e Heidfeld finalmente fizeram a terceira parada nos boxes, Nelsinho assumiu a liderança da corrida. Demonstrando consistência e sem cometer erros, o piloto brasileiro liderou por seis voltas, até que Hamilton retomou a ponta após uma ultrapassagem no hairpin.

Nas últimas voltas, Massa tentou pressionar Nelsinho, porém sem sucesso, enquanto Hamilton aproveitava para aumentar sua vantagem. O piloto inglês cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 5s586 sobre Piquet, enquanto Felipe terminou 3s8 atrás de seu compatriota.

Foi a primeira vez em que dois pilotos brasileiros subiram ao pódio na mesma corrida desde o GP da Bélgica de 1991, quando Ayrton Senna venceu e Nelson Piquet ficou em terceiro lugar – inclusive, esse foi o último pódio da carreira do pai de Nelsinho.

Após a corrida, Hamilton assumiu a liderança isolada do campeonato, quatro pontos à frente de Massa (58 a 54). Por sua vez, Nelsinho foi calorosamente celebrado nos boxes da Renault. É uma pena que esse tenha sido o ponto alto de uma jornada que poderia ter se prolongado muito mais na Fórmula 1, não fossem as armadilhas e artimanhas da categoria…

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