Famoso jornalista é esquecido na série “Senna” para história de repórter que jamais existiu

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A nova série da Netflix, Senna, tem despertado fascínio entre os fãs da Fórmula 1 ao narrar a trajetória de Ayrton Senna, interpretado por Gabriel Leone. Um dos destaques da produção é a personagem Laura Harrison, uma jornalista que critica o estilo de pilotagem do tricampeão. Sua relevância na narrativa tem gerado questionamentos entre os espectadores: afinal, Laura Harrison é uma figura real ou apenas uma criação ficcional?

Realidade ou ficção?

Embora a série seja inspirada em eventos reais, nem todos os elementos apresentados correspondem fielmente à história. Laura Harrison, interpretada por Kaya Scodelario, não é uma figura real. A personagem foi criada pelos roteiristas como uma representação simbólica das críticas enfrentadas por Senna ao longo de sua carreira, especialmente aquelas direcionadas ao seu estilo ousado de pilotagem.

Esse recurso narrativo é comum no cinema e na televisão, onde personagens fictícios servem para sintetizar emoções, opiniões ou grupos de pessoas. Laura, nesse contexto, personifica as vozes discordantes que Senna enfrentou e dá aos roteiristas liberdade para explorar aspectos narrativos sem comprometer a precisão histórica.

Roberto Cabrini esquecido

Quando se trata de Ayrton Senna e a relação com a imprensa, um nome forte é do repórter Roberto Cabrini, que teve uma relação muito próxima com o piloto brasileiro durante os anos de Fórmula 1. Na época, o repórter trabalhava na Globo e participava da cobertura das corridas na emissora.

Cabrini não é citado na série, acabando no esquecimento. Esse papel acabou sendo feito pela personagem fictícia Laura Harrison, mesmo com personalidade distinta e mais crítica em relação ao piloto brasileiro.

Cabrini noticiou a morte do piloto

Em 1994, Cabrini atuava como correspondente internacional da Globo na Europa, cobrindo eventos esportivos, incluindo Fórmula 1. Com uma relação próxima de Senna, ele foi destacado para acompanhar o caso no Hospital Maggiore, em Bolonha, para onde o piloto foi levado. Lá, observando a movimentação dos médicos, percebeu a gravidade da situação e acabou sendo o responsável por informar ao Brasil a trágica notícia.

“Eu sabia que anunciaria a morte de Ayrton Senna. Estava abalado emocionalmente, mas tinha consciência de que o país inteiro aguardava as minhas informações”, relembrou Cabrini em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record.

Uma jornada investigativa

Cabrini reflete sobre como a cobertura da morte de Senna marcou sua trajetória no jornalismo investigativo. “Embora eu já atuasse como correspondente internacional e tivesse realizado investigações, foi nesse momento que minha grande jornada nesse campo se consolidou. A morte de Senna trouxe várias reflexões, tanto pessoais quanto profissionais.

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