Dá para o Norris sonhar: relembre as grandes reviravoltas na história da Fórmula 1

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O britânico, ao volante de uma impressionante McLaren, deve preencher uma lacuna importante deixada por Verstappen. No entanto, a história da Fórmula 1 é repleta de reviravoltas inesperadas. Ferrari, Red Bull e até mesmo a própria equipe de Woking têm plena consciência disso.

Derrotar Max Verstappen na Holanda é um sinal poderoso. A superioridade de Lando Norris foi tão impressionante que a Fórmula 1 começa a considerar a possibilidade de uma recuperação sensacional no campeonato. Apesar da diferença de 70 pontos ser significativa, o britânico tem motivos válidos para manter a esperança. Além do crescimento da McLaren e dos cálculos matemáticos, Norris pode se inspirar na história da Fórmula 1, repleta de conquistas inesperadas quando a vantagem parecia insuperável. De Hunt a Raikkonen e Vettel, aqui estão algumas das reviravoltas mais surpreendentes.

1964

Com cinco corridas restantes, o Campeonato Mundial de F1 de 1964 parecia distante para John Surtees. O piloto da Ferrari estava 20 pontos atrás do líder Jim Clark, uma grande desvantagem considerando que apenas os seis primeiros colocados recebiam pontos e o vencedor levava nove pontos. Após três desistências nas quatro corridas iniciais, Surtees conseguiu reverter a situação com vitórias na Alemanha e na Itália e segundos lugares nos Estados Unidos e no México. No final, Graham Hill foi derrotado por um ponto, 40 a 39, devido ao critério de descarte que considerava apenas as seis melhores colocações, anulando um quinto lugar crucial para o britânico.

1976

James Hunt estava 35 pontos atrás de Niki Lauda quando restavam seis corridas no Campeonato Mundial de F1 de 1976. A consistência de Lauda na Ferrari foi crucial, dado que o campeonato premiava os seis primeiros colocados em cada corrida, com nove pontos para o vencedor. No entanto, a lesão de Lauda no Nurburgring reduziu seu ritmo e abriu espaço para Hunt, que conseguiu reduzir a diferença pela metade. Após um retorno impressionante de Lauda na Itália, a vantagem foi ampliada para 17 pontos com três GPs restantes. Hunt, porém, recuperou-se com duas vitórias e, no Japão, um terceiro lugar, no dia da aposentadoria dramática de Lauda sob chuva, garantiu o título para o piloto da McLaren por apenas um ponto: 69 a 68.

1981

Com 17 pontos atrás, 43 a 26 em favor de Carlos Reutemann, essa era a situação de Nelson Piquet quando restavam seis corridas para o fim do Campeonato Mundial de F1 de 1981. Naquela temporada, apenas os seis primeiros colocados recebiam pontos, com nove pontos para o vencedor. O brasileiro, que contava com o apoio da equipe Brabham, também era seguido por Alan Jones, colega de Reutemann na Williams. No entanto, Piquet manteve-se sempre pontuando, enquanto Reutemann caiu de produção, acumulando apenas seis pontos adicionais contra os 24 conquistados por Piquet. Ao final do GP de Las Vegas, Piquet terminou com 50 pontos, contra 49 de Reutemann e 46 de Jones.

1982

Inesperado, surpreendente, chocante: ninguém imaginaria a vitória de Keke Rosberg na Fórmula 1 de 1982. Com cinco corridas restantes, o finlandês estava 16 pontos atrás do líder do campeonato, Didier Pironi, da Ferrari—39 a 23. Esse déficit parecia considerável, especialmente considerando que a vitória rendia apenas nove pontos. Além disso, Rosberg, da Williams, ainda não havia vencido nenhuma corrida e estava atrás de pilotos como John Watson, Alain Prost e Niki Lauda na classificação. No entanto, o acidente de Pironi na Alemanha reabriu a disputa pelo título, e a consistência de Rosberg fez a diferença. Com uma vitória, dois pódios e um quinto lugar, ele conseguiu superar Pironi, que estava afastado devido à lesão, por cinco pontos—44 a 39.

2007

Quando restavam apenas duas corridas para o final do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2007, Kimi Räikkönen parecia fora da disputa pelo título. Ele estava 17 pontos atrás do líder Lewis Hamilton, da McLaren, e ainda havia 20 pontos em jogo, com pontuação até o oitavo colocado. Além de Hamilton, Fernando Alonso, seu companheiro de equipe, também estava na briga. No entanto, Räikkönen protagonizou uma recuperação espetacular. Ele venceu as corridas na China e no Brasil, enquanto Alonso terminou em segundo e terceiro, e Hamilton, por conta de sua inexperiência, somou apenas dois pontos. Com esse desempenho, Räikkönen conquistou o título por um ponto de vantagem sobre os pilotos da McLaren—110 a 109.

2010

Sebastian Vettel era, sem dúvida, um mestre em recuperação. Em 2010, no Campeonato Mundial, que premiava com 25 pontos o vencedor e até o décimo colocado, Vettel mostrou sua habilidade em reverter situações adversas. Após o GP da Bélgica, ele estava 31 pontos atrás do líder Lewis Hamilton, com apenas cinco corridas restantes. Três corridas depois, a situação piorou um pouco: Vettel estava 25 pontos atrás de Fernando Alonso. No entanto, Vettel conseguiu vencer duas corridas seguidas, no Brasil e em Abu Dhabi. Enquanto isso, Alonso e seu companheiro de equipe Mark Webber somaram apenas 21 e 22 pontos, respectivamente. No final, Vettel conseguiu superar ambos e conquistou o título, com uma vantagem de apenas quatro pontos sobre Alonso, 256 a 252.

2012

Entre os momentos mais amargos para os fãs da Ferrari está, sem dúvida, o título da Fórmula 1 de 2012. Fernando Alonso parecia estar a caminho do campeonato, com uma vantagem de 44 pontos sobre Sebastian Vettel na metade da temporada. No entanto, nas 10 corridas seguintes, o piloto da Red Bull reduziu essa diferença, aproveitando o sistema de pontuação de 25 pontos para o vencedor. A recuperação de Vettel começou a ganhar força no GP da Itália, quando ele estava na quarta posição no campeonato e ainda a 39 pontos do líder, com apenas sete corridas restantes. Com quatro vitórias, um segundo e um terceiro lugares, Vettel conseguiu superar Alonso e conquistar o título por apenas três pontos, 281 a 278.

2014

Após o GP da Bélgica de 2014, a diferença de 29 pontos para Nico Rosberg foi um presente valioso para Lewis Hamilton. Com sete corridas restantes e 25 pontos concedidos ao vencedor, o desafio era enfrentar principalmente seu companheiro de equipe, Rosberg, que se destacou pela regularidade. Hamilton, no entanto, teve uma performance impressionante, conquistando seis vitórias, cinco delas consecutivas. Enquanto Rosberg enfrentava dificuldades e só conseguiu vencer no Brasil, Hamilton capitalizou sua vantagem. Além disso, um problema técnico afetou Rosberg na corrida final, que teve pontuação dobrada. Como resultado, Hamilton garantiu o título com uma vantagem contundente, finalizando o campeonato com 384 pontos contra 317 de Rosberg.

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