Dá para acreditar? Fórmula 1 já teve 41 pilotos e 18 equipes em uma ÚNICA temporada

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1991 é um ano histórico da Fórmula 1. O tricampeão de Ayrton Senna depois de um começo arrasador, Nigel Mansell batendo na trave mais uma vez em seu sonho de ser campeão e outros elementos que fizeram daquela temporada um marco na categoria.

Mas você sabia que naquele ano a Fórmula 1 teve 18 equipes e mais de 40 pilotos? Parece loucura e algo impensável para os dias de hoje, mas é a pura realidade. Por isso, vamos aqui relembrar todas as equipes e pilotos que fizeram parte dessa temporada histórica.

McLaren-Honda

Depois de enfrentar uma forte concorrência da Ferrari em 1990, a McLaren adotou um novo conceito para o seu modelo MP4/6, com uma aerodinâmica revisada e um motor de 12 cilindros.

Ayrton Senna começou o ano com uma impressionante sequência de quatro vitórias consecutivas, porém a Williams mostrou um progresso significativo e ameaçou a supremacia da equipe.

Diante disso, Senna pressionou a McLaren para realizar ajustes no carro, reduzindo seu peso, além de contar com o desenvolvimento de uma nova gasolina pela Shell e melhorias no motor pela Honda.

No final, Ayrton conquistou o campeonato com sete vitórias, enquanto seu companheiro Gerhard Berger triunfou no Japão, após o brasileiro abrir vantagem no final da temporada. A McLaren sagrou-se tetracampeã de construtores.

Williams-Renault

Apesar de não conquistar o título, é justo afirmar que o grande destaque de 1991 foi o carro da Williams. O modelo FW14, pilotado por Nigel Mansell e Riccardo Patrese, apresentava um câmbio semiautomático, um poderoso motor Renault V10 e uma aerodinâmica eficaz.

A falta de confiabilidade do conjunto, especialmente do câmbio, resultou na perda de pontos preciosos no início da temporada. No entanto, a Williams teve um desempenho impressionante durante o meio da temporada.

Mansell, mesmo com cinco vitórias, terminou como vice-campeão, enquanto Patrese, com duas vitórias, ficou em terceiro lugar. A equipe Williams garantiu o segundo lugar no campeonato de construtores.

Ferrari

Uma das grandes decepções da temporada de 1991 foi a Ferrari. Após quase conquistar o título em 1990, Alain Prost passou a ter como companheiro de equipe o compatriota Jean Alesi, e a equipe apostou em uma evolução do carro.

No entanto, tanto a McLaren quanto, especialmente, a Williams avançaram ainda mais, deixando a equipe de Maranello em situação desfavorável. No GP da França, realizado na sétima etapa do campeonato, a equipe estreou um novo carro, porém isso não foi suficiente para que os torcedores da Ferrari celebrassem uma vitória sequer.

Prost foi demitido antes da última corrida do ano, na Austrália, por ter chamado o carro da Ferrari de “caminhão”. Ele foi substituído por Gianni Morbidelli. O então tricampeão mundial terminou em quinto na classificação final, duas posições à frente de Alesi, e a Ferrari ficou em terceiro lugar no campeonato de construtores.

Benetton-Ford

A temporada da Benetton foi marcada por altos e baixos, abaixo das expectativas. O modelo B191 fez sua estreia na terceira corrida do ano, em Imola, onde Nelson Piquet conquistou sua última vitória na Fórmula 1, no Grande Prêmio do Canadá.

No entanto, o desempenho do carro não estava à altura dos modelos das principais equipes da época. Diante desse cenário, Roberto Pupo Moreno foi dispensado pelo chefe da equipe, Flavio Briatore, após o Grande Prêmio da Bélgica, mesmo após uma de suas melhores performances na temporada, com a volta mais rápida e um quarto lugar na corrida.

O alemão Michael Schumacher substituiu Moreno e conseguiu marcar pontos nas três corridas seguintes. Piquet encerrou sua última temporada na Fórmula 1 em sexto lugar na classificação geral, quatro posições à frente de Moreno, enquanto Schumacher terminou em 14º.

Jordan-Ford

A estreia da equipe de Eddie Jordan na Fórmula 1, em 1991, foi marcada por um desempenho impressionante. Com Andrea de Cesaris e Bertrand Gachot ao volante do excelente modelo 191 com motor Ford, a Jordan conquistou pontos em cinco corridas consecutivas, do Canadá à Alemanha.

No entanto, Gachot foi preso devido a uma briga de trânsito, levando à estreia de Michael Schumacher na equipe durante o Grande Prêmio da Bélgica. Após a saída de Schumi para a Benetton, a Jordan contou com Roberto Moreno por duas corridas e o jovem Alex Zanardi por mais três. O desempenho consistente levou a equipe a conquistar um excelente quinto lugar no Campeonato de Construtores.

Tyrrell-Honda

O carro eficiente de 1990, desenvolvido por Harvey Postlethwaite, passou por aprimoramentos para a temporada de 1991, incluindo a adoção do motor Honda V10, previamente utilizado pela McLaren.

Isso ocorreu como parte de um acordo que também garantia uma vaga para Satoru Nakajima, que encerrava sua carreira na Fórmula 1. Para substituir Jean Alesi, a Tyrrell contratou Stefano Modena, que teve performances sólidas no início da temporada, incluindo um quase pódio em Imola, uma largada na primeira fila em Monte Carlo e um segundo lugar em Montreal. No entanto, o desempenho da equipe diminuiu ao longo do ano, resultando em um sexto lugar no Campeonato de Construtores.

Minardi-Ferrari

A equipe simpática de Faenza, na Itália, desfrutou de sua melhor temporada em 1991, alcançando o sétimo lugar no Campeonato de Construtores. O modelo M191, projetado por Aldo Costa (atual diretor de engenharia da Mercedes), demonstrou eficiência, enquanto o motor Ferrari V12 proporcionou um desempenho notável.

Pierluigi Martini conquistou dois quartos lugares no campeonato, em Imola e no Estoril, destacando-se como o principal piloto da equipe. O segundo piloto, Gianni Morbidelli (reserva da Ferrari), consistentemente alcançou posições entre os dez primeiros. Foi um ano memorável para a equipe sob a liderança de Giancarlo Minardi.

Dallara-Judd

A Scuderia Italia, conhecida por seus chassis da Dallara, teve uma temporada notavelmente melhor em 1991 em comparação ao ano anterior. O modelo 191, projetado por Gianpaolo Dallara, demonstrou maior eficiência, enquanto o novo motor Judd de dez cilindros apresentou um desempenho bastante razoável.

Emanuele Pirro exibiu mais velocidade e consistência ao longo da temporada, terminando sete das 16 corridas entre os dez primeiros colocados, embora tenha conquistado apenas um ponto com um sexto lugar em Mônaco.

Por outro lado, no GP de San Marino, JJ Lehto capitalizou uma corrida marcada por abandonos e instabilidade climática para alcançar um improvável terceiro lugar no pódio – o finlandês não terminou mais nenhuma corrida no top 10 ao longo da temporada.

Lotus-Judd

Uma das equipes mais icônicas da história da Fórmula 1, a Lotus enfrentou sua pior temporada em 1991, terminando em uma desanimadora nona colocação entre os construtores. O destaque do ano para a equipe foi o agitado Grande Prêmio de San Marino, no qual o estreante – e futuro campeão – Mika Hakkinen surpreendeu ao terminar em quinto lugar, à frente do seu companheiro de equipe, Julian Bailey.

Foi a única corrida na qual a Lotus pontuou durante toda a temporada. Além das limitações do carro, o antigo motor Judd de oito cilindros contribuiu ainda mais para os desafios da equipe.

Após o Grande Prêmio de Mônaco, Bailey foi substituído pelo talentoso Johnny Herbert, porém, quando este tinha compromissos com a Mazda no antigo Campeonato Mundial de Carros Esporte, o alemão Michael Bartels ocupava temporariamente o seu lugar – sem conseguir se classificar para nenhuma corrida, vale ressaltar.

Brabham-Yamaha

Outra equipe tradicional que enfrentou uma temporada difícil foi a Brabham. Equipados com o problemático motor Yamaha V12, que mais quebrava do que propriamente funcionava, os britânicos Martin Brundle e Mark Blundell tiveram poucas oportunidades de brilhar, apesar do desempenho aceitável do chassi.

Quando o motor resistia até o final de uma corrida, os resultados eram apenas razoáveis. A equipe conseguiu somar apenas três pontos ao longo da temporada, com Blundell conquistando um sexto lugar em Spa-Francorchamps e Brundle terminando em quinto em Suzuka. Em 1992, a Brabham encerrou sua participação na Fórmula 1 antes mesmo do término da temporada.

Lola-Ford

Depois de uma sólida sexta colocação no campeonato de 1990, a equipe Larrousse, utilizando os chassis fabricados pela Lola, enfrentou um revés ao perder os motores Lamborghini V12, sendo obrigada a recorrer aos motores Ford V8.

Essa mudança resultou em uma queda significativa de desempenho, refletida nos magros dois pontos conquistados ao longo da temporada. Aguri Suzuki conquistou um sexto lugar nos Estados Unidos, enquanto Eric Bernard alcançou outra sexta posição no México.

No entanto, a temporada foi marcada por um acidente de Bernard na penúltima etapa no Japão, o que levou à sua substituição por Bertrand Gachot no GP da Austrália. Curiosamente, Gachot havia acabado de deixar a prisão na Inglaterra quando assumiu o volante da Larrousse.

Leyton House-Ilmor

Uma das boas surpresas de 1990, a Leyton House (antiga March), apresentou um chassis bastante competente em 1991. No entanto, o motor Ilmor V10 revelou-se incrivelmente pouco confiável, comprometendo irremediavelmente a temporada de Ivan Capelli e Maurício Gugelmin.

O italiano conseguiu conquistar um ponto ao terminar em sexto lugar na Hungria, enquanto o brasileiro esteve perto da zona de pontuação ao terminar três corridas em sétimo.

Para completar a série de infortúnios, o proprietário da equipe, Akira Akagi, foi preso no Japão por má administração financeira. A temporada chegou ao fim após Karl Wendlinger trazer patrocinadores para substituir Capelli nas corridas do Japão e da Austrália. Com o dinheiro trazido pelo austríaco, a equipe conseguiu quitar os salários atrasados.

Ligier-Lamborghini

Contando com o sólido respaldo de patrocinadores franceses e equipada com o motor Lamborghini V12, a Ligier antevia uma temporada pelo menos razoável em 1991. Entretanto, os modelos JS35 e JS35B se mostraram desastrosos, resultando em uma temporada sem pontos, tanto para o veterano Thierry Boutsen quanto para o novato Eric Comas, repetindo o desempenho negativo registrado em 1988 e 1990.

Lamborghini

Apesar do belo e promissor projeto idealizado por Mauro Forghieri, a equipe não conseguiu alcançar resultados expressivos. Apenas no Grande Prêmio de San Marino, Eric van de Poele chegou a flertar com os pontos, mas ficou sem combustível nos momentos finais quando estava em quinto lugar. Nem ele, nem Nicola Larini conseguiram obter outros resultados significativos. Pouco tempo depois, a equipe encerrou suas atividades.

AGS-Ford

Com um nome pomposo, a Automobiles Gonfaronaises Sportives, ou simplesmente AGS, também fechou suas portas no final de 1991. Ainda utilizando o antigo carro, o JH25B, Gabriele Tarquini largou em três GPs, mas apenas um oitavo lugar nos Estados Unidos se destacou. Stefan Johansson, Fabrizio Barbazza e Olivier Grouillard também tentaram competir em outras corridas, mas não conseguiram se classificar para nenhuma delas.

Fondmetal-Ford

A antiga equipe Osella, rebatizada como Fondmetal após sua aquisição por uma fabricante de rodas, enfrentou um ano verdadeiramente desastroso. Devido aos escassos recursos financeiros, a equipe competiu com apenas um carro durante toda a temporada, inicialmente pilotado pelo instável Olivier Grouillard e depois, nas últimas etapas, pelo simpático Gabriele Tarquini.

Juntos, os dois pilotos conseguiram apenas seis largadas em 16 tentativas da equipe ao longo do ano. O melhor resultado foi um décimo lugar alcançado por Grouillard na corrida da Bélgica.

Footwork-Porsche/Ford

Imaginem um desastre total. Pois bem, a temporada da Footwork (antiga Arrows) foi ainda pior do que isso. A equipe contava com a Porsche como fornecedora de motores, uma marca que, menos de uma década após dominar a Fórmula 1 com a McLaren, produziu um motor extremamente pesado, fraco e pouco confiável, com apenas 12 cilindros.

Os pilotos Michele Alboreto e Alex Caffi (sendo este último substituído por Stefan Johansson em quatro etapas) mal tinham o que fazer, e mesmo com uma mudança para os motores Ford no meio do ano, a temporada foi totalmente perdida.

Coloni-Ford

Seis membros da equipe, um modelo de 1989 “atualizado”, motores Ford sem desenvolvimento, e um piloto – o português Pedro Chaves – sem experiência alguma na Fórmula 1, muito menos nas pistas da categoria.

Esse foi o conjunto que a Coloni apresentou na temporada de 1991. Naturalmente, Chaves não conseguiu se classificar para nenhuma das 13 tentativas que fez. Naoki Hattori trouxe alguns fundos para a equipe e foi contratado para as duas últimas corridas do ano. Também não se classificou, é claro. A equipe foi vendida para o questionável empresário Andrea Sassetti, que em 1992 entrou na Fórmula 1 sob o nome Andrea Moda.

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