Ayrton Senna levou castigo e foi impedido de disputar corrida da Itália em 1984

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Uma curiosidade sobre Ayrton Senna. Embora fosse um piloto admirado pelos italianos e tenha conquistado cinco vitórias na Itália em cinco anos (incluindo Ímola), sua temporada de estreia foi marcada por infortúnios. Por motivos diversos, Senna não participou dos GPs de San Marino e da Itália em 1984.

O GP de San Marino foi a quarta corrida da temporada de 1984. Senna havia conseguido seu primeiro ponto na África do Sul e um sétimo lugar na Bélgica (posteriormente transformado em sexto com a desclassificação da Tyrrell) e chegou para esta corrida com a intenção de completar a prova.

A Toleman, equipe de Senna, estava em conflito com a Pirelli, insatisfeita com o desempenho dos pneus italianos. Embora o novo carro, o TG184, já estivesse pronto, a equipe decidiu colocá-lo na pista apenas quando o acordo com a Michelin estivesse fechado. Assim, Senna e seu companheiro Johnny Cecotto usariam o modelo TG183B.

Em uma pista de alta velocidade, com um carro defasado e um motor fraco (o Hart, apesar de turbo, ainda era insuficiente em termos de potência), não havia muito o que fazer. A situação foi agravada pelo conflito com a Pirelli: os italianos se recusaram a fornecer pneus para que a Toleman participasse dos treinos da manhã, exigindo uma multa de US$ 250 mil pela rescisão de contrato. Foi necessário que Bernie Ecclestone interviesse para mediar um acordo que permitisse à equipe correr.

Senna não conseguiu classificação

À tarde, Senna enfrentou problemas com a pressão de combustível e não conseguiu completar muitas voltas. Cecotto fez o 19º tempo e cedeu seu carro a Senna, mesmo assim, o brasileiro ficou com o 28º e último tempo. No sábado, a chuva forte impediu que Senna melhorasse sua volta, resultando em sua não classificação para a corrida. Esse foi o único GP da carreira de Senna na F1 em que ele ficou fora do grid.

Castigo para Senna

A segunda oportunidade perdida foi no GP da Itália, em 9 de setembro, mas desta vez o problema não foi com o carro, e sim contratual. Em Zandvoort, a Lotus anunciou que Senna seria seu piloto a partir de 1985. A Toleman se sentiu traída, pois estava negociando com diversos parceiros tendo Senna como peça central para o crescimento da equipe. Além disso, o contrato previa a liberação de Senna, que tinha a opção de mais um ano, mediante aviso prévio.

A Toleman alegou que não houve aviso prévio e buscou uma forma de punir Senna. Após conversas com Ted Toleman (dono), Alex Hawkdridge (chefe de equipe) e Peter Gethin, decidiram suspender o brasileiro por uma corrida. Senna, ao chegar em Monza e ser impedido de treinar, ficou surpreso e emocionado ao saber do “castigo”, mas entendeu a situação.

Para substituir Senna, a equipe chamou Pierluigi Martini para se juntar a Stefan Johansson. O italiano não conseguiu se classificar, enquanto o sueco terminou em quarto lugar, provando à Toleman que o carro era competitivo, e que não dependia exclusivamente do talento de Senna. Durante o GP, Senna trabalhou como comentarista para a TV Globo. No GP seguinte, o da Europa, em Nurburgring, ele voltou ao carro nº 19.

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