Existem parcerias tão bem-sucedidas que simplesmente é impossível não associar um com o outro. Um caso que ilustrou muito bem isso aconteceu nos anos 80 e na primeira metade dos anos 90. Estamos falando de Ayrton Senna e o Banco Nacional.
Infelizmente Senna faleceu em 1994, após acidente no GP de San Marino da Fórmula 1, e no ano seguinte o Banco Nacional deixou de existir e caiu no esquecimento do povo. O banco raramente passou a ser lembrado, graças aos orgulhosos donos do famoso boné azul do banco com a assinatura do tricampeão.
Mas uma notícia no começo desta semana pegou muita gente de surpresa. Nesta segunda-feira (3), o BTG Pactual anunciou a compra do Banco Nacional, que está em liquidação extrajudicial desde 1995. Seguindo o padrão de suas aquisições anteriores, como Bamerindus e Banco Econômico, o BTG assumirá os ativos e passivos do Banco Nacional.
A conclusão da operação está sujeita ao término do regime de liquidação extrajudicial, após a liquidação ou saneamento dos passivos financeiros.
Em novembro de 2023, a família Magalhães Pinto, fundadora do Nacional, propôs um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão. Além disso, estava em negociações com o BTG. Em comunicado, o BTG anunciou que ambas as partes chegaram a um acordo. “A operação está alinhada com a estratégia de investimentos da área de Special Situations do BTG Pactual.”
Banco fez história com patrocínios no esporte
O Banco Nacional, alvo de intervenção do Banco Central (BC) em novembro de 1995 devido a um déficit de US$ 9,2 bilhões, destacou-se como um dos maiores escândalos de fraude bancária no Brasil. O esquema envolvia a manipulação de balanços e o uso de mais de 600 contas fantasmas para simular saúde financeira.
Posteriormente, o Nacional foi dividido em duas partes, com a parte saudável sendo adquirida pelo Unibanco em 1996, com apoio de um empréstimo de R$ 7,2 bilhões do BC.
Além disso, o banco teve participação no patrocínio da carreira de Ayrton Senna entre 1984 e 1994, marcando presença como pioneiro no marketing esportivo. Em 1996, dirigentes do Banco Nacional foram acusados de crimes como gestão fraudulenta e formação de quadrilha.