História da Fórmula 1: As TRÊS corridas mais rápidas da categoria

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Ao longo dos mais de 70 anos da história da maior categoria do automobilismo mundial, vários recordes foram quebrados e marcas foram estabelecidas. Mas sem dúvida uma que não agrada muito ao fã da velocidade é uma corrida que acaba em um “piscar” de olhos. E na Fórmula 1 isso já aconteceu algumas vezes.

Por isso separamos aqui três corridas que entraram para os livros de história e estatística da categoria por serem as mais curtas, seja por motivo climático ou até mesmo por assuntos extra pista. Aliás, a mais curta de todos os tempos certamente será um recorde muito difícil de ser batido.

3 – GP da Espanha de 1975 – 42 minutos

A largada do GP da Espanha em 1975 teve um início diferente. Antes mesmo dos primeiros testes, os pilotos decidiram iniciar uma greve. Isso foi motivado por uma inspeção realizada no circuito de Montjuïc, em Barcelona, que revelou a precária condição dos trilhos de segurança. Por isso a medida da greve foi tomada após constatarem que as barreiras de proteção estavam em um péssimo estado.

Diante dessa situação, as equipes tiveram que se mobilizar rapidamente para realizar reparos improvisados, sendo em grande parte responsáveis pelas próprias intervenções. Houve até mesmo ameaças de confisco dos equipamentos das estruturas por parte das autoridades. Apesar desses obstáculos, a maioria dos pilotos decidiu cumprir suas obrigações e ir para a pista.

A corrida teve a largada em uma pista que já era considerada perigosa, porém, com uma animada atmosfera criada pelo entusiasmo do público. Os momentos iniciais da prova foram caracterizados por diversos incidentes. De maneira surpreendente, foi Rolf Stommelen, pilotando pela Hill, quem assumiu a liderança da corrida à medida que se aproximava da vigésima sexta volta.

Mas o pior estava por vir. A asa traseira do líder da corrida se desprende, levando Stommelen a decolar sobre a lombada no Estádio, precisamente na curva que sucede a reta dos boxes. Após colidir com a barreira de segurança à esquerda da pista, o carro da Hill capota e atravessa a multidão do lado oposto, resultando na morte de cinco pessoas. Milagrosamente, Stommelen sobrevive ao acidente, apesar de sofrer múltiplas fraturas.

No meio do caos, os organizadores optaram por interromper a corrida após três voltas, quando a prova estava na 29ª volta, de um total planejado de 75. Jochen Mass foi declarado vencedor. Esse trágico incidente marcou o encerramento da presença de Montjuïc no cenário da Fórmula 1.

2 – GP da Austrália 1991 – 24 minutos

Embora uma tempestade intensa tenha caído sobre a cidade de Adelaide horas antes, a largada do GP da Austrália de 1991 foi mantida sob condições de pista praticamente inaceitáveis. A prudência dos pilotos os mantém precavidos contra qualquer incidente durante os primeiros momentos da corrida.

No entanto, de maneira rápida, devido à cortina de água que caía à frente e ao aumento da intensidade da chuva, os incidentes começaram a acontecer em série. Com isso a pista se viu cheia de destroços e carros danificados. Após os incidentes envolvendo Nigel Mansell (Wiiliams) e Gerhard Berger (McLaren), Ayrton Senna (McLaren), que já era matematicamente o campeão da temporada, fez gestos em direção aos comissários de pista pedindo a interrupção da prova.

A corrida foi interrompida na 17ª volta das 81 planejadas. Dado que as condições climáticas não apresentaram melhoras durante a bandeira vermelha e diversos pilotos expressando objeções quanto a retomar a prova, foi tomada a decisão de encerrar o GP da Austrália de 1991. A classificação final foi determinada com base na 14ª volta, implicando que os pilotos oficialmente tivessem corrido apenas 52 km dos 306 km planejados para a distância total. Como resultado, Ayrton Senna foi proclamado o vencedor da prova.

1 – GP da Bélgica 2021 – 3 minutos

A chuva não deu trégua ao longo de várias horas em Spa Francorchamps, o início do Grande Prêmio da Bélgica de 2021, originalmente programado para as 10h, foi adiado em 25 minutos. Duas voltas de formação foram conduzidas sob as condições de do Safety Car, mostrando que as circunstâncias não permitiam uma corrida segura. Isso levou à primeira exibição da bandeira vermelha e todos os carros retornaram aos boxes.

A partir desse ponto, uma espera de quase três horas começou. As condições meteorológicas pioraram ainda mais, dando origem a preocupações de que a corrida não pudesse ser iniciada antes do limite de três horas estabelecido pelas regras. Diante dessa situação, a FIA tomou a decisão de pausar o cronômetro oficial do evento, assegurando assim pelo menos uma hora de corrida, com base na justificativa de “circunstâncias excepcionais”.

Entretanto, as condições tiveram poucas alterações, e às 13h17 (horário de Brasília), os carros partiram do pit lane atrás do Safety Car para enfim começar a corrida. Após completarem duas voltas sob circunstâncias quase idênticas às do início, a bandeira vermelha foi mais uma vez acionada. A tentativa de “corrida” não teve reinício, mas os resultados foram confirmados.

Max Verstappen foi declarado como vencedor por ter percorrido a distância estipulada pelo regulamento. A classificação foi determinada na penúltima volta antes da bandeira vermelha, isto é, na primeira volta, resultando em um tempo oficial de corrida de somente 3 minutos e 27 segundos e assim o GP da Bélgica de 2021 é o mais curto da história da Fórmula 1 em quase 1100 GPs.

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