O dia em que Tiago Monteiro largou em 17º e chegou no pódio da Fórmula 1

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O GP dos Estados Unidos de 2005 entrou para a história da Fórmula 1 de forma lamentável, pois na última hora a maioria das equipes se recusou a competir devido a preocupações com a confiabilidade de seus pneus, o que representava um risco para a segurança de seus pilotos.

Apenas três equipes, totalizando seis carros, que utilizavam compostos de outro fabricante, conseguiram participar da corrida: Ferrari (com Michael Schumacher e Rubens Barrichello), Jordan (com Tiago Monteiro e Narain Karthikeyan) e Minardi (com Christijan Albers e Patrick Friesacher).

Esse desastroso episódio causou danos significativos à imagem da Fórmula 1, especialmente nos Estados Unidos, onde a categoria estava buscando se restabelecer desde seu retorno ao país em 2000, após nove anos de ausência. Alguns apelidaram a corrida de “Indygate”.

A vitória ficou com o alemão Michael Schumacher, em sua última dobradinha com Rubens Barrichello pela Ferrari, marcando também o último pódio do brasileiro pela equipe de Maranello.

Esse resultado levou Schumacher ao terceiro lugar no campeonato de pilotos e, sem os fáceis dezoito pontos conquistados, é provável que a equipe italiana terminasse atrás da Toyota no campeonato de construtores, já que a equipe japonesa ficou a doze pontos de distância da Ferrari, que ficou em terceiro lugar.

Como foi a corrida?

No início da corrida, todos os carros foram posicionados no grid de largada seguindo o procedimento da FIA. Charlie Whiting deu o sinal verde para iniciar a volta de apresentação, e os vinte carros seguiram para a única volta antes de formar o grid de largada.

Antes de chegarem à curva 13, ponto focal da controvérsia, os carros das sete equipes da Michelin optaram por retornar aos boxes, deixando apenas os carros das equipes Ferrari, Jordan e Minardi no grid de largada.

A ação das equipes, de ir até o grid e depois voltar aos boxes após a volta de apresentação, provocou indignação entre os fãs, que estavam perplexos com a situação. Vaias ecoaram e alguns objetos foram lançados na pista.

As duas Ferraris rapidamente assumiram a liderança, com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, seguidos pelas Jordans de Tiago Monteiro e Narain Karthikeyan em terceiro e quarto lugares, respectivamente, enquanto as Minardis de Christijan Albers e Patrick Friesacher ocupavam as duas últimas posições.

A corrida foi caracterizada por estratégias de pit stop, com ultrapassagens ocorrendo principalmente durante a luta contra os retardatários. Albers foi o único piloto a fazer três paradas, enquanto os demais fizeram duas.

As únicas mudanças na liderança ocorreram na volta 26, quando Barrichello assumiu a frente após a segunda parada de Schumacher, que durou 32 segundos, e na volta 51, quando Schumacher fez um pit stop de 23.615 segundos, permitindo-lhe sair dos boxes ao mesmo tempo que Barrichello alcançava a reta, resultando em um momento tenso na curva um, com Barrichello indo para a grama para evitar uma colisão.

Após o incidente, que não foi investigado pelos comissários da corrida, ambos os pilotos receberam ordens via rádio para manter suas posições e administrar a vantagem que tinham sobre os outros competidores.

Todos os seis pilotos completaram a prova, marcando a terceira vez na história da Fórmula 1 em que nenhum piloto que largou abandonou a corrida. As equipes Jordan e Minardi conquistaram seus primeiros pontos da temporada, sendo os únicos da Minardi, com seus respectivos pilotos pontuando pela primeira vez na Fórmula 1.

Na cerimônia do pódio, onde nenhum dos apresentadores programados estava presente, todos os membros da equipe Ferrari receberam seus prêmios calmamente e saíram rapidamente. No entanto, Monteiro permaneceu para comemorar seu primeiro pódio e o primeiro para um piloto português na história da Fórmula 1. O piloto que no grid acabou saindo da 17ª colocação, chegou entre os primeiros e alcançou um feito histórico.

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