Max Verstappen ganha apoio especial em “guerra” declarada com a FIA
Apesar das tentativas da FIA de acalmar a situação e evitar aumentar as tensões com Max Verstappen, o campeão mundial continuou seu protesto contra a Federação após o GP de Singapura. O holandês voltou a dar respostas curtas durante a coletiva de imprensa oficial com os três primeiros colocados e até sugeriu a possibilidade de deixar a Fórmula 1 se o esporte não seguir um caminho mais autêntico.
Embora suas declarações sejam radicais, fica claro que Verstappen não está lutando essa batalha sozinho, contando com o apoio de seus colegas no grid e também da Associação de Pilotos de Grande Prêmio, liderada pelo ex-piloto Alexander Wurz.
Na coletiva de imprensa pós-qualificação, o boicote de Verstappen já havia recebido apoio explícito de Norris e Hamilton – que, inclusive, encorajaram publicamente Max a não cumprir a penalidade de trabalho comunitário (“Eu não faria isso e espero que ele também não faça”).
Grupo de Whatsapp discute o assunto
Após a corrida, Norris e Piastri mal conseguiram conter o riso diante das respostas breves de seu colega da Red Bull. Segundo o site Autosport, o tema também vem sendo discutido há dias no grupo de WhatsApp dos 20 pilotos da GPDA, o sindicato oficial dos pilotos de Fórmula 1. Não por acaso, o presidente da associação, Alexander Wurz, também decidiu se manifestar sobre o assunto após a bandeira quadriculada em Marina Bay.
Em entrevista ao site alemão Formel1.de após o GP, Alexander Wurz saiu em defesa de Verstappen, criticando a severidade da campanha anti-palavrões apoiada por Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA:
“Quantas horas de serviço comunitário Gunther Steiner deveria ter cumprido? Ele foi exaltado por usar linguagem imprópria! A Netflix tem transmitido isso para o mundo todo sem problemas, e agora, de repente, precisamos mudar de postura? Como presidente da GPDA, devo dizer oficialmente que esse é um tema que estamos discutindo internamente. Primeiro, chegaremos a um consenso unânime e, em seguida, decidiremos se, e, como abordaremos o assunto com a FIA e Ben Sulayem.”
“Na minha opinião pessoal,” concluiu Wurz, “acredito firmemente que não é adequado tratar esse assunto publicamente nos jornais. Resolveremos isso entre nós. É raro o GPDA recorrer à mídia, pois sempre tentamos discutir internamente pelo bem do esporte. No entanto, acreditamos que os pilotos devem ter o direito de se expressar de maneira autêntica, dentro de certos limites. Claro, sem ser ofensivo ou discriminatório. Muito progresso foi feito nesse sentido e, por isso, considero a penalidade imposta a Verstappen bastante severa.” – concluiu o ex-piloto.