Galvão Bueno é considerado um dos maiores narradores de todos os tempos do esporte brasileiro. Ele foi responsável por dar voz as corridas de Fórmula 1 nas épocas em que elas eram transmitidas pela TV Globo. Com Galvão, os brasileiros acompanharam a trajetória de Ayrton Senna na Fórmula 1, até o seu falecimento.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (1°) para o programa “Roda Viva“, da TV Cultura, o narrador comentou sobre o último Grande Prêmio que narrou de Senna, que foi o de San Marino em 1994, onde o brasileiro veio a falecer após um gravíssimo acidente. Ele comentou sobre um erro que cometeu durante a corrida, que foi presumir que o movimento da cabeça de Ayrton representava que ele estava consciente. Anos mais tarde, foi comprovado que esse movimento foi o “estetor da morte” do ex-McLaren.
“Não me sai da cabeça um erro que eu cometi, mas era um erro porque era a vontade que eu tinha, como as dezenas de milhões de brasileiros que estavam assistindo em casa, de que ele pudesse sair bem daquilo, que reagisse (…) tem um momento em que ele [Senna] mexe a cabeça, e eu digo na transmissão: ‘Senna mexeu a cabeça, ele está se movimentando, ele está voltando’. Hoje, depois de todas as conversas que tive, no hospital, imediatamente depois da prova em Bolonha, com o doutor Sid Watkins, que era o médico da Fórmula 1, aquele pra mim foi o estertor da morte.”, afirmou Galvão.
Galvão Bueno revela dificuldade para seguir narrando o GP de San Marino de 1994
Ainda, durante sua entrevista, Galvão Bueno também revelou que após o acidente de Ayrton Senna, ele teve muita dificuldade para conseguir dar sequência na transmissão da corrida. Por alguns momentos, ele precisou pedir que seus companheiros de trabalhos dessem sequência ao trabalho sem ele, enquanto Galvão ia respirar um pouco.
“Por dois ou três momentos, pedi para o Reginaldo (Leme), ‘velho, toca aí que eu vou lá fora respirar porque eu não estou aguentando’. Eu tinha que levar até o fim, era a minha função”, revelou Galvão.
Confira a entrevista completa do ex-Globo no “Roda Vida“:
