Um piloto na Fórmula 1 que NÃO se manifestou a favor da retirada do ponto extra

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Não se pode dizer que o problema desta vez não foi resolvido rapidamente. Após a polêmica envolvendo Daniel Ricciardo, que tirou o ponto extra de Lando Norris nas voltas finais do GP de Singapura para favorecer Max Verstappen na disputa pelo título, a Fórmula 1 agiu prontamente.

A decisão já foi tomada durante o último Conselho Mundial da FIA: a regra que atribuía ponto ao piloto com a volta mais rápida será removida do regulamento da F1 a partir de 2025. Essa norma, introduzida em 2019, raramente gerou tanta controvérsia quanto no GP mais recente e nunca conquistou o apreço dos fãs, nem mesmo dos pilotos, que em geral apoiaram a mudança.

A opinião de Carlos Sainz
Era inevitável que esse assunto fosse um dos principais pontos de discussão durante as coletivas de imprensa do GP dos EUA, em Austin. Ainda assim, foi surpreendente o amplo apoio à decisão de abolir o ponto pela volta mais rápida, até mesmo por parte de pilotos com carros de diferentes níveis de desempenho.

“Sempre achei que esse ponto era desnecessário no regulamento da Fórmula 1”, declarou Carlos Sainz, piloto da Ferrari. “Principalmente pela maneira como é atribuído. Geralmente, o ponto vai para quem consegue fazer um pit stop ‘gratuito’ no final da corrida. Isso não reflete quem realmente foi o mais rápido na prova e merece o ponto. É apenas uma questão de quem, por sorte ou circunstância da corrida, teve a oportunidade de parar nos boxes em um determinado momento. Nem sempre é assim, mas acontece com frequência.”

Russell e Alonso
George Russell, diretor da associação de pilotos (GPDA), compartilha da mesma opinião e possivelmente teve influência na decisão de abolir a regra: “Não fiquei triste ao ouvir a notícia. Sempre achei que era uma regra estranha, pois muitas vezes beneficiava um piloto que fez uma corrida ruim e que, por isso, parou para colocar pneus novos e fez a volta mais rápida. Normalmente, eram pilotos entre a quinta e décima posição que estavam em posição de parar. O mais rápido na corrida quase nunca era recompensado.”

Fernando Alonso foi ainda mais direto: “Corri 90% das corridas da minha carreira sem esse ponto pela volta mais rápida, e estava tudo bem. Se decidirem retirar a regra, eu vou apoiar.”

Magnussen e Ocon
A regra não conquistava apenas os pilotos de ponta. “Acho que é algo em que raramente pensamos”, disse Kevin Magnussen, da Haas. “Mesmo que estejamos entre os 10 primeiros, ou em sexto ou sétimo, é muito raro termos margem para fazer um pit stop. Para nós, essa regra nunca foi relevante.”

Esteban Ocon, sucessor de Magnussen no carro da Haas, concorda: “Corremos para vencer, não para fazer a volta mais rápida. Nunca achei que essa fosse uma boa regra.”

Um piloto não declarou apoio a mudança

Embora a maioria apoie a mudança, há poucas vozes contrárias, como a de Lando Norris, principal rival de Max Verstappen pelo título. Estreante na Fórmula 1 em 2019, ano em que a regra foi implementada, o britânico vê valor na regra:

“De certa forma, eu gostava de como as coisas estavam. Sempre havia a chance de fazer algo diferente, e às vezes pagávamos o preço por arriscar, como em um pit stop no final da corrida. Era um risco, e podia dar errado em algumas circunstâncias, como uma parada mal executada ou outros imprevistos.”

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