O GP Brasil é uma das corridas mais tradicionais no calendário da Fórmula 1. É impossível pensar na categoria e não imaginar uma corrida por aqui em cada temporada. O nosso país já teve dois circuitos ao longo da história recebendo a categoria máxima do automobilismo: Interlagos e Jacarepaguá.
Hoje, o GP Brasil é disputado em Interlagos e assim vem sendo desde 1990 initerruptamente. Mas na década de 80, o Rio de Janeiro recebeu a corrida, mas a pergunta que ficou entre muitos fãs é o real motivo da cidade maravilhosa ter saído do calendário. Durante 10 edições, a etapa brasileira da Fórmula 1 foi realizada no Autódromo de Jacarepaguá, desde 1978 até 1989, com uma interrupção em 1980.
Grave acidente e o fim da Fórmula 1 no Rio de Janeiro
Após reformas no circuito e considerando solicitações dos pilotos, a Fórmula 1 deixou São Paulo em direção ao Rio de Janeiro para o campeonato de 1978. Entretanto, onze anos depois, um grave acidente levou à despedida da categoria da Rio.
No dia 15 de março de 1989, Philippe Streiff enfrentou um grave acidente em Jacarepaguá durante uma sessão de testes de pneus. A falta de atendimento médico adequado contribuiu significativamente para as lesões irreversíveis sofridas pelo piloto francês.
A infraestrutura do Autódromo de Jacarepaguá mostrou-se inadequada para as demandas de uma Fórmula 1 cada vez mais profissional, destacando-se ainda mais após o acidente de Streiff.
Desde então, a Fórmula 1 nunca mais voltou para o Rio de Janeiro. As reformas em Interlagos estavam praticamente concluídas e o GP voltou para terras paulistas em 1990, com a vitória de Alain Prost, começando sua jornada pela Ferrari.
O autódromo de Jacarepaguá foi desativado e demolido em 2012 para dar lugar às obras dos Jogos Olímpicos de 2016. Posteriormente, o governo do Rio de Janeiro iniciou uma busca por um novo local adequado para a construção de uma pista de corridas.
Após um extenso período de busca, o bairro de Deodoro, localizado na Zona Norte da cidade, foi escolhido como o local ideal. As autoridades anunciaram a intenção de construir um autódromo nessa região, em um terreno pertencente ao Exército e parte de uma área de preservação ambiental.
Em 2019, os governos federal, municipal e estadual chegaram a um acordo para sediar o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 de 2020 no Autódromo de Deodoro.
No entanto, a construção da pista de corrida no local enfrentou obstáculos significativos para obter a licença ambiental necessária. Diante dessas dificuldades, a FIA, que detém os direitos da Fórmula 1, assinou um contrato de cinco anos com a administração do Autódromo de Interlagos, o que diminuiu o interesse em realizar eventos em Deodoro. Em 2021, o projeto de construção do Autódromo no Rio foi abandonado após a aprovação pela Câmara Municipal da transformação da Floresta do Cambotá em Refúgio de Vida Silvestre (REVIS).