A funcionária que acusou Christian Horner, chefe da Red Bull, de conduta inapropriada, foi suspensa pela equipe austríaca. Segundo relatos da Sky Sports e BBC, a denunciante continuará a receber seu salário, mas não poderá comparecer ao trabalho. Um porta-voz da Red Bull limitou-se a declarar que “não podemos comentar, pois é um assunto interno”.
A investigação interna dos taurinos em relação ao ‘Caso Horner’ foi concluída na semana passada, antes do GP do Bahrein, que inaugurou a temporada de 2024 da Fórmula 1. Em um comunicado emitido após a conclusão da investigação independente, a equipe concluiu que as alegações feitas contra o britânico não tinham fundamento, rejeitando, assim, a queixa.
“A investigação independente sobre as alegações feitas contra o Sr. Horner está completa e a Red Bull pode confirmar que a queixa foi rejeitada”, disse o time em comunicado. “O reclamante tem direito de recurso. A Red Bull está confiante de que a investigação foi bastante rigorosa e imparcial”, prosseguiu.
Caso segue gerando repercussão e polêmica na F1
Mesmo após o desfecho da investigação interna, o caso continuou a causar repercussão após um suposto vazamento de evidências no paddock. A situação dentro da Red Bull também se acirrou, com Jos Verstappen, pai de Max Verstappen, afirmando que a equipe “pode se dividir” devido à situação envolvendo Horner.
Durante a entrevista oficial dos pilotos no fim de semana do GP da Arábia Saudita, Verstappen foi questionado sobre se Jos se arrependia. A partir daí, o tricampeão garantiu que não fez essa pergunta ao pai, mas fez uma defesa ampla do caráter de Jos: “Não perguntei isso a ele, mas meu pai é muito franco e não é um mentiroso”, disse o tricampeão.
A Red Bull GmbH iniciou uma investigação sobre Horner em fevereiro, com acusações de “comportamento inapropriado” feitas por uma funcionária. Christian teve uma reunião com advogados em Londres, na qual foi interrogado por cerca de 8 horas.
O encontro, no entanto, não contou apenas com a presença do chefe da equipe, mas também de outros funcionários da Red Bull, como a própria denunciante e o projetista Adrian Newey, que deu sua versão sobre o caso, de acordo com o site alemão Motorsport-Total.
Depois, o jornal holandês De Telegraaf chegou a afirmar que, na verdade, Christian estava sendo acusado de assédio sexual e que tentou negociar um acordo com a denunciante — que recusou. Segundo o site alemão Motorsport-Total, o dirigente deve tomar medidas legais contra o De Telegraaf devido à reportagem.
O caso gerou repercussões em todo o paddock. Zak Brown, diretor-executivo da McLaren, comentou que o caso era uma “manchete que a F1 não precisa” e pediu uma resolução rápida. Enquanto Toto Wolff, chefe da Mercedes, pediu que a F1 aprenda com a situação e que a conclusão seja justa e clara para todos. Além disso, a Ford, parceira da Red Bull nos motores de 2026, também criticou a “falta de transparência” na condução do caso.
Horner está na Red Bull desde 2005, quando a equipe estreou na Fórmula 1, e é o chefe de equipe com mais tempo no cargo no grid atual. O britânico esteve diretamente envolvido nos sete títulos mundiais de pilotos e nos seis títulos do Mundial de Construtores.