Revelado quanto custa para virar piloto profissional

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A cidade de São Paulo recebeu com entusiasmo a segunda etapa da Fórmula E. As competições, que aconteceram no último fim de semana contou com a participação do piloto brasileiro Lucas Di Grassi, que terminou na 13ª colocação a prova, como um dos principais nomes da modalidade. O brasileiro aproveitou e compartilhou sua perspectiva sobre o rigoroso processo de se tornar um piloto profissional.

Segundo o paulista, é preciso um investimento mínimo de 10 milhões de euros (cerca de R$ 54 milhões) para formar um piloto profissional, seja para competir na Fórmula E ou na Fórmula 1. Ele detalha: “São 10 anos de kart, mais dois anos de Fórmula 4, dois anos de Fórmula 3, dois anos de Fórmula 2… Vai dar, por baixo, uns 10 milhões de euros”.

Lucas Di Grassi destaca que, além do investimento significativo, obter retorno financeiro no automobilismo é quase impossível. Ele afirma que ganhar dinheiro com a modalidade é “extremamente difícil”. Para o piloto brasileiro, custear todas as despesas e ainda obter lucro com o automobilismo é uma batalha constante.

Marcas já não investem no projeto

Como beneficiário de uma bolsa da Renault no início de sua carreira, Di Grassi observa que as marcas já não investem tanto nesse tipo de projeto atualmente. Segundo ele, “o automobilismo, de modo geral, tem perdido relevância para a indústria ao longo do tempo”.

O piloto recorda que antes existia uma conexão forte entre os triunfos nas corridas e as vendas de automóveis: “Naquela época, havia até um ditado famoso: ‘Vencer no domingo, vender na segunda-feira’. Você ganhava a corrida no domingo e vendia o carro na segunda-feira.” No entanto, ao longo dos anos, essa relação se tornou mais frágil, levando a uma diminuição nos investimentos das montadoras e ao cancelamento dos projetos de formação de pilotos.

Di Grassi lamenta a escassez de apoio financeiro, especialmente para pilotos brasileiros que almejam competir na Fórmula 1: “Torna-se ainda mais desafiador para os brasileiros, pois precisam deixar o país e arcar com despesas em dólares”, finalizou o piloto.

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