Apesar das declarações conciliatórias de Christian Horner após mais uma dobradinha da Red Bull na Fórmula 1 no último sábado (9), durante o GP da Arábia Saudita, a turbulência interna na equipe persiste e pode resultar em grandes repercussões.
E isso deve acontecer após uma reunião realizada neste domingo entre Oliver Mintzlaff, CEO de projetos corporativos, Franz Watzlawick, CEO da divisão de energéticos, e Chalerm Yoovidhya, acionista majoritário da Tailândia. De acordo com informações do portal Motorsport-Total, o emprego de Horner está em sério risco.
No sábado anterior, o consultor esportivo Helmut Marko já havia confirmado a reunião entre Mintzlaff e Yoovidhya, logo após garantir sua permanência na equipe, porém, a presença de Watzlawick adiciona um elemento extra à situação. O dirigente, sem histórico na equipe de Fórmula 1 e que nunca foi visto publicamente nas corridas até o GP da Arábia Saudita, decidiu se envolver diretamente no caso.
Preocupação com as vendas
A preocupação de Watzlawick, responsável pela divisão de energéticos da marca, é que os desdobramentos do Caso Horner tenham um impacto direto nas vendas de bebidas da empresa, especialmente nos Estados Unidos, onde uma política de tolerância zero em casos de assédio tem sido adotada.
Portanto, o foco principal da reunião entre os três executivos, realizada em Dubai, é determinar os próximos passos de modo a evitar que a Red Bull GmbH corra o risco de ter sua divisão de bebidas afetada pela controvérsia.
Yoovidhya, que inicialmente apoiou Horner durante as investigações, pode mudar de posição se perceber que a questão financeira está em jogo e este é precisamente o argumento de Watzlawick, que está preocupado com a possibilidade de perder o apoio de grandes mercados americanos, como o Walmart.
Ralf Schumacher, comentarista da Sky Sports alemã, expressou sua opinião sobre o caso no último fim de semana, sugerindo que Horner “deveria renunciar”. Além disso, o ex-piloto citou o caso da demissão do ex-CEO do McDonald’s, Steve Easterbrook, para ilustrar a sensibilidade do assunto nos Estados Unidos — uma preocupação subjacente para a Red Bull.
“Sim, acho que Christian Horner deveria se demitir. E sim, acho que vai. Não acho que ele irá sobreviver”, disse Schumacher. “Sabemos que os EUA são extremamente críticos nesses problemas. Eles nem fazem perguntas, só demitem pessoas se puderem provar que alguém teve um comportamento inadequado ou relacionamentos com outras pessoas dentro da empresa. O chefe global do McDonalds é um bom exemplo disso”, falou o ex-piloto.