Quando falamos em GP de Mônaco de F1, é impossível não lembrar do maior vencedor da mais charmosa corrida da categoria, Ayrton Senna. O brasileiro conquistou seis vitórias no principado, para ter uma noção do extraordinário feito, Lewis Hamilton é o piloto em atividade mais “próximo” de alcançar a marca do brasileiro com três vitórias.
Mas uma dessas vitórias chama atenção dos torcedores pela dificuldade que se apresentava diante de Senna, o GP de Mônaco em 1992. E não é difícil entender porque vencer naquele ano nas estreitas ruas de Monte Carlo, era tarefa praticamente impossível.
Naquele ano, as Williams pilotadas por Nigel Mansell e Riccardo Patrese, eram como o próprio Senna dizia “de outro mundo”. A Williams-Renault FW14B era muito superior a Mclaren MP4/7A da dupla Ayrton Senna e Gehard Berger.
Tanto que naquela temporada, Nigel Mansell conquistou o tão sonhado título mundial com várias corridas de antecedência e Ayrton Senna precisou aprender a conviver vendo o aerofólio dos carros de Frank Williams, mas naquele GP de Mônaco a história foi diferente.
Vitória de Senna na sorte e no braço em Mônaco 1992
Nos treinos para aquela corrida acabou dando o óbvio e as Williams fizeram a primeira fila do grid com Mansell na pole e Patrese ao seu lado. Coube a Senna apenas se contentar com o 3º lugar do grid. Mas na largada da corrida, as coisas já começaram a mudar com o brasileiro deixando Patrese pra trás antes da primeira curva, a partir daí, Senna conseguiu segurar o italiano se garantindo no 2º lugar, mas enquanto isso acontecia, Mansell “sumia” na frente.
Tudo caminhada para mais uma vitória do inglês, mas na 71ª volta o “Leão” sentiu um problema na Williams e precisou ir para os boxes fazendo uma parada não programada. Senna que vinha 28 segundos atrás aproveitou e assumiu a ponta da prova, quando nem ele esperava.
Mansell voltou para a pista com 7 segundos de desvantagem para Senna, essa diferença simplesmente foi pulverizada e o inglês logo chegou no encalço do brasileiro, a partir daí surgiu uma das maiores batalhas da história da F1. Senna segurou Mansell por 4 voltas, com uma pilotagem praticamente perfeita, sem nenhum erro e cruzou a linha de chegada com apenas 0s2 de vantagem sobre Mansell. Com a vitória, Senna chegava a 5 vitórias em Mônaco alcançando a marca de Graham Hill.
Essa foi uma das três vitórias de Senna na temporada 92, que é considerada a mais apagada do tricampeão. Mas sem dúvida essa vitória vive no imaginário do torcedor, onde mesmo com um carro inferior, Senna conseguiu na pista onde fez história, segurar as Williams de “outro mundo” na sorte e no braço.