Uma notícia agitou o mundo do automobilismo na última sexta-feira (22). O McLaren Group, empresa fabricante de automóveis de luxo e principal acionista da equipe de Fórmula 1, foi totalmente adquirida pelo fundo soberano de investimentos do Bahrein, Mumtalakat.
Essa compra é vista com bons olhos pelos britânicos, tendo em vista que o time sofreu um grande baque financeiro principalmente na época da pandemia, em 2020, e não era novidade para ninguém a procura de novos recursos e investidores.
Pra se ter uma ideia, nos últimos anos a McLaren tem sido um grande consumidor de recursos financeiros. Desde 2020, os acionistas injetaram aproximadamente £1,5 bilhões (equivalente a quase R$ 9,5 bilhões com a taxa de câmbio atual) na empresa, incluindo empréstimos, investimentos e expansão do capital social. Considerando outras transações, esse valor ultrapassa os £2 bilhões, destinados a fortalecer a situação financeira da companhia.
Desde a sua divisão em 2021, o núcleo de corridas da McLaren também tem enfrentado desafios financeiros. Ao longo desse período, registrou um prejuízo combinado de quase £120 milhões, considerando os resultados de 2021 e 2022.
É importante notar que, embora o faturamento tenha aumentado consideravelmente, temos um outro exemplo de perda, quando o resultado financeiro foi afetado pelo pagamento relacionado ao encerramento antecipado do contrato de Daniel Ricciardo. Apenas a equipe de Fórmula 1 apresentou um prejuízo de pouco mais de 4 milhões. O que mostra que os relatórios financeiros do famoso time não estão nada bem.
Mas aí fica uma questão entre os torcedores que querem saber da história dentro da pista. Se o dinheiro que vai entrar pode ser investido na Fórmula 1 e tornar a McLaren de fato uma adversária a altura de Red Bull e Ferrari? As atuais forças do grid da categoria. E essa resposta em um primeiro momento é muito difícil de ter.
Qualquer previsão inicial é muito complicada
A princípio qualquer tipo de previsão é quase impossível, e nada foi divulgado sobre um planejamento futuro envolvendo a equipe de F1, já que não foram dadas maiores informações e nem mesmo o planejamento da equipe para o investimento desse novo capital. Vale lembrar que a Mumtalakat já tinha ações do time e agora passa a ter 100%.
Outro ponto (esse envolvendo a pista) que nos chama atenção e pode pesar em qualquer tipo de decisão, diz respeito ao novo regulamento técnico da Fórmula 1 que entrará em vigor em 2026. Com isso, é difícil imaginar qualquer tipo de investimento pesado em curto prazo.
Certo mesmo é que a McLaren está em busca de parcerias técnicas para ampliar sua gama de produtos e avançar no desenvolvimento de veículos elétricos. Segundo a BBC, a empresa sueca Polestar, pertencente ao grupo chinês Geely, demonstrou interesse nessa negociação. Além disso, o Financial Times relata que houve conversas com a Hyundai, BMW e a Lucid Motors, fabricante americana de carros elétricos de luxo.
Sendo assim, a tendência é que nesse primeiro momento não tenha impacto dessa compra dentro da equipe de Fórmula 1. Pelo menos impactos que resultem em evoluções técnicas e aerodinamicas dos carros da equipe, pilotados por Lando Norris e Oscar Piastri.