Lewis Hamilton foi aos microfones antes do GP da Hungria e aproveitou para comentar sobre a recente revelação do ex-piloto Ralf Schumacher sobre sua orientação sexual. O heptacampeão refletiu sobre o tema e afirmou que a Fórmula 1 ainda precisa evoluir muito para se tornar um ambiente verdadeiramente inclusivo.
Schumacher divulgou uma foto com seu parceiro no último domingo (14), tornando público o relacionamento de dois anos. Em sua declaração, Hamilton destacou que “ainda há um longo caminho pela frente”.
“Dizer que a F1 é inclusiva é uma coisa; garantir que as pessoas realmente se sintam confortáveis é outra. Este é um ambiente dominado por homens, e, pelo que eu sei, Ralf é um dos primeiros a se pronunciar abertamente sobre isso. O esporte precisa fazer mais para que todos se sintam bem-vindos, especialmente as mulheres, pois sei que nem todas foram tratadas com o respeito devido aqui. Há muito o que melhorar”, afirmou Hamilton na Hungria.
Hamilton relembrou momento vivido no Canadá
Questionado pelo GPblog sobre como a categoria pode avançar nesse aspecto, Hamilton respondeu: “Na maioria das vezes, é necessário conversar e dialogar. É preciso se engajar com a comunidade. Poderiam fazer uma pesquisa com todos que trabalham aqui, perguntando sinceramente como eles se sentem e o que poderia ser feito. Há muitas melhorias possíveis.”
Hamilton então relembrou uma experiência no GP do Canadá: “Em Montreal, lembro de ter visto um deficiente com uma limitação semelhante à do meu irmão tentando usar o banheiro. Havia um policial vigiando um banheiro químico que impediu o acesso. Eu discuti com ele, pedi que permitisse a entrada, pois o homem tinha um longo caminho para percorrer. Precisamos de mais acessibilidade para pessoas com deficiência. Naquela situação, eu não pude fazer muito. O policial não permitiu o acesso, mas depois conversei com Stefano (Domenicali, CEO da F1) e perguntei: ‘Estamos realmente criando melhores acessos para cadeirantes? Desde a época de Frank (Williams, ex-proprietário da equipe Williams), houve algum progresso?’ Eu não acho que tenha havido.”
Hamilton tem sido um defensor da inclusão na Fórmula 1, promovendo questões de diversidade e apoio ao movimento ‘Black Lives Matter’.