Outra rodada de tensão pode marcar as negociações entre a FIA, a entidade reguladora da Fórmula 1, e a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da categoria. O atual “Pacto de Concórdia”, o contrato que une a federação, as equipes da F1 e a Liberty, expira no final de 2025, e as conversas para sua renovação podem já estar em andamento.
O CEO da Red Bull, Peter Bayer, comentou sobre a complexidade desse processo, lembrando que o último acordo levou cerca de dois anos para ser finalizado. Enquanto isso, o responsável da Liberty Media, Greg Maffei, deseja acelerar o processo, ao passo que o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, prefere cautela.
Valores devem ser o fator principal na possível renovação
Um ponto crucial que deve influenciar nas negociações é o aumento da receita comercial da Fórmula 1, que ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 3,2 bilhões. A FIA, sendo uma entidade sem fins lucrativos, busca uma fatia maior dessa receita.
“Quando assumimos a gestão da FIA, a entidade estava operando com um déficit de 30 milhões de euros por ano”, explicou Manuel Avino, vice-presidente da entidade e chefe da federação espanhola de automobilismo. “Isso levaria a FIA à falência em quatro anos. Tivemos que implementar muitas mudanças.”
Avino argumenta que a Liberty Media está lucrando substancialmente com a F1, enquanto a FIA, detentora do regulamento, recebe uma parte mínima. “O promotor da Fórmula 1 está acumulando bilhões às custas de um produto que é de propriedade da FIA”, declarou. “Oitenta por cento do orçamento da FIA vem da F1, e achamos injusto que nenhuma parte dessa riqueza seja compartilhada conosco”, acrescentou.
Segundo Avino, a FIA busca uma distribuição mais equitativa dos lucros para reinvestir na categoria. Ele nega que haja hostilidade com a Liberty Media, mas é evidente que a questão financeira será o ponto central das negociações para a renovação do “Pacto de Concórdia”.