Empresa toma decisão, ACABA com famosa pista em São Paulo e causa polêmica

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A pista de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello, localizada nas proximidades do Parque Ibirapuera, está sendo removida para dar lugar à realização de uma competição automobilística em março deste ano. Essa ação gerou críticas por parte da comunidade do atletismo, mas a empresa responsável pela intervenção argumenta que a obra contribuirá para a reforma e revitalização da pista.

Inaugurada em 1974, a pista do Ibirapuera, reconhecida como um centro de excelência do atletismo brasileiro, foi palco de diversas competições e local de treinamento para vários atletas renomados, incluindo a campeã olímpica Maurren Maggi. No entanto, estava fora de uso desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.

Nos dias 9 e 10 de março, o Estádio do Ibirapuera sediará a primeira etapa da Ultimate Drift, um campeonato de automobilismo no qual os pilotos devem fazer os carros deslizarem com a parte traseira nas curvas.

A empresa responsável pela organização do evento também está encarregada da reforma da pista e divulgou um vídeo em suas redes sociais mostrando o processo de remoção das borrachas que compõem o espaço.

Confederação fez forte pronunciamento

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) se pronunciou sobre o caso em nota divulgada nesta terça (13), expressando sua “perplexidade” e “indignação” diante da notícia da reforma e lamentando profundamente o uso da pista para a realização do campeonato de drift.

A CBAt expressou preocupação com o possível comprometimento da estrutura da pista e a deterioração do material de borracha. A entidade reiterou sua defesa pela restauração da pista e modernização do complexo do Ibirapuera.

De acordo com a CBAt, seu presidente, Wlamir Motta Campos, entrou em contato com a Secretaria de Estado de Esportes de São Paulo e foi informado de que a remoção da borracha facilitaria uma futura reforma, baseando-se em uma consulta feita a um engenheiro, que indicou que o uso da estrutura por carros é possível.

O vídeo divulgado pela Ultimate Drift recebeu críticas de internautas e atletas nos comentários. Em resposta a uma dessas críticas, a empresa explicou que o piso da pista estava deteriorado há anos, impossibilitando a realização de competições de atletismo, e que está arcando com os custos da remoção do material danificado e regularização do piso inferior.

A organizadora de eventos automobilísticos acredita que a ação imediata possibilitará a retomada da prática de atletismo recreativo e adiantará parte do processo de restauração. Entretanto, o presidente da CBAt, Motta Campos, afirmou que mudar a função da pista distanciará seu propósito original e citou o exemplo da pista do Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro (RJ), que foi usada temporariamente para apoio ao Estádio do Maracanã e nunca foi reformada conforme prometido.

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