Clima de intriga toma conta da Fórmula 1 na Hungria graças a McLaren

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Um buraco no duto de freio da McLaren gerou uma intriga técnica no paddock antes do GP da Hungria da Fórmula 1. A polêmica surgiu devido a um truque que poderia ter contribuído para melhorar o gerenciamento de temperatura dos pneus.

Conforme revelado pelo portal alemão Auto Motor und Sport, o design dos tambores de freio da McLaren recentemente chamou a atenção da Red Bull, que questionou a FIA sobre o que a concorrente estava fazendo. O problema está em um pequeno furo detectado nos tambores de freio traseiro do MCL38.

A teoria da Red Bull é que esse furo potencialmente permite que a McLaren aumente o fluxo de ar entre o tambor de freio e a roda, o que pode proporcionar vantagens tanto na classificação quanto na corrida, garantindo que as temperaturas não fiquem muito extremas.

As equipes da F1 há muito lutam para garantir que o calor gerado pelos freios dentro do tambor seja controlado e não contribua para o superaquecimento dos pneus e sua queda fora das janelas de operação.

Equipes usam outra tática

As equipes utilizam “cestas” duplas para tentar isolar os pneus da fonte de calor dos freios. A primeira cobertura de carbono envolve a pinça e o disco de freio, possuindo dutos específicos que extraem o ar quente em direção a uma saída atrás dos dutos de freio.

A segunda “cesta” funciona como um amortecedor, com uma cavidade criada entre a roda e o primeiro tambor, onde o ar fresco pode ser canalizado para ajudar no resfriamento. Um furo neste canal externo permitiria que esse fluxo de ar fresco fosse direcionado para o aro da roda, auxiliando no resfriamento.

O que diz o regulamento?

O problema principal é que tais furos não são permitidos nos regulamentos, pois há uma exigência de que o tambor tenha uma superfície “contínua”. O Artigo 3.13.2 do Regulamento Técnico da F1 afirma: “Para cada tambor, uma vedação aerodinâmica circunferencial, contínua (em torno de um arco de 360°) e uniforme deve ser instalada na parte externa dos dois volumes anotados, a fim de evitar qualquer fluxo aerodinâmico ou de transferência de calor significativo entre o tambor e o eixo.”

No entanto, a presença do furo não é necessariamente contra as regras, pois foi sugerido que ele seja utilizado para permitir que a McLaren tenha acesso aos sensores que monitoram as temperaturas do tambor e da roda durante as práticas.

Os regulamentos da F1 permitem que as equipes adicionem dispositivos extras nos treinos que não se enquadram nas especificações das regras, mas os carros precisam estar totalmente de acordo com os regulamentos quando o parque fechado entrar em vigor para a qualificação. Em teoria, o furo é permitido no treino, mas precisaria ser coberto a partir da classificação. Acredita-se que a Red Bull percebeu que o furo da McLaren havia sido descoberto em corridas anteriores e buscou esclarecimentos da FIA sobre a situação.

Fontes explicaram que a FIA investigou o assunto e, embora não estivesse indevidamente preocupada com algo que considerou muito pequeno, lembrou discretamente à McLaren que o furo precisaria ser coberto em condições de parque fechado para garantir que o carro estivesse em total conformidade com os regulamentos.

Fotos exclusivas mostram que essa mudança foi observada no fim de semana do GP da Áustria, quando a McLaren correu em configurações diferentes no treino livre e na corrida principal. No sprint de Silverstone, os furos da McLaren foram descobertos, enquanto na corrida principal uma pequena parte de fita foi usada para cobri-los.

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