Briga entre McLaren e Ferrari na Fórmula 1 foi alterada pela FIA?
No GP do Catar, disputado no último fim de semana, em meio à intensa disputa entre McLaren e Ferrari pelo título de Construtores, o destaque não foi o desempenho em pista, mas sim as decisões polêmicas do novo diretor de prova da FIA F1, Rui Marques, e sua equipe de comissários. Erros no Controle de Corrida acabaram alterando significativamente a dinâmica do duelo, favorecendo a Ferrari e comprometendo a segurança dos pilotos.
Ferrari se beneficiou com erros da FIA?
O episódio que desencadeou a controvérsia ocorreu na volta 29, quando Alexander Albon perdeu o espelho retrovisor na reta principal. Nesse momento, Lando Norris ocupava a P2, a 1,7s de Max Verstappen, seguido por Oscar Piastri (P3), Charles Leclerc (P4) e Carlos Sainz (P5). George Russell, prejudicado por um pit stop lento de 7s, já estava fora da briga por posições de destaque.
Até então, a McLaren acumulava 33 pontos no campeonato contra 22 da Ferrari, uma vantagem insuficiente para garantir o título de Construtores no Catar, mas suficiente para mantê-los em uma posição confortável rumo a Abu Dhabi.
Contudo, as ações do Controle de Corrida mudaram o rumo da prova. Quando Albon perdeu o espelho, bandeiras amarelas duplas foram acionadas, mas Norris não reduziu a velocidade, o que resultou em uma penalidade severa. Apesar da punição justificada, um Safety Car deveria ter sido acionado imediatamente para evitar riscos maiores.
O impacto na corrida
Na volta 33, Valtteri Bottas, ao obedecer às bandeiras azuis para permitir a passagem de Leclerc, atropelou o espelho retrovisor de Albon, espalhando detritos pela pista. A ausência de um Safety Car nesse momento comprometeu a segurança de Sainz e Hamilton, que enfrentaram danos nos pneus ao passar pelos detritos.
Somente na volta 35 o Safety Car foi acionado, beneficiando Verstappen, Norris e Leclerc, que realizaram pit stops sob condições neutralizadas. Leclerc aproveitou para ganhar a P3 de Piastri e depois subiu para P2 devido à penalidade de Norris. Já Sainz e Hamilton, obrigados a completar uma volta inteira com pneus danificados antes de parar, foram gravemente prejudicados.
Piastri, que largou em P4 após o terceiro Safety Car, não conseguiu ultrapassar Leclerc nas últimas 15 voltas e terminou em P3. Norris caiu para P10 após cumprir sua penalidade, mas ao menos garantiu a volta mais rápida da corrida. Sainz, por sua vez, não conseguiu superar Pierre Gasly devido à alta velocidade máxima do Alpine, finalizando em P6.
McLaren ainda lidera rumo à final
A McLaren, que inicialmente tinha uma vantagem de 11 pontos sobre a Ferrari, terminou o GP do Catar nove pontos atrás da rival italiana. Contudo, graças ao desempenho no Sprint, a equipe de Woking perdeu apenas três pontos no total do fim de semana e segue na liderança do campeonato, agora com 21 pontos de vantagem sobre a Ferrari.
Com apenas Abu Dhabi restando, a McLaren está bem posicionada para conquistar seu primeiro título de Construtores desde 1998, apesar do impacto negativo das decisões da FIA no Catar.