A Benetton é uma das equipes mais famosas da história da Fórmula 1. E apesar de não existir mais, ainda está presente na memória de muitos fãs da categoria. Mas você sabia que apesar do sucesso e grandes carros, a equipe venceu o mundial de construtores da categoria máxima do automobilismo apenas uma vez.
Foi em 29 de outubro de 1995, a equipe Benetton conquistou seu único título mundial de construtores na história da Fórmula 1. Em Suzuka, a equipe alcançou a glória máxima ao garantir o primeiro e o terceiro lugares com Michael Schumacher e Johnny Herbert. A conquista da Benetton foi uma das poucas na história da categoria em que uma equipe levou o Mundial de Construtores sem ter o carro mais rápido.
Williams era superior e favorita na temporada
Isso porque a Williams, com Damon Hill e David Coulthard como pilotos, conquistou 12 poles em 17 corridas e liderou 527 voltas, contra 481 da Benetton. No entanto, a excelência de Michael Schumacher e a coesão da equipe, especialmente nas decisões estratégicas durante as corridas, foram decisivas para esse título.
Schumacher chegou a Suzuka após conquistar o bicampeonato mundial de pilotos no fim de semana anterior. Com oito vitórias nas 15 corridas anteriores, o alemão demonstrou não apenas a categoria excepcional que o levaria a se tornar heptacampeão mundial, mas também se beneficiou da falta de desempenho dos pilotos da Williams naquela temporada. No GP do Japão, esse cenário se repetiu.
Na sessão de classificação, o alemão conquistou uma pole position dominante, com oito décimos de segundo à frente de Jean Alesi, da Ferrari. O vice-campeão Damon Hill, da Williams, ficou apenas em quarto lugar, atrás de Mika Hakkinen, cuja McLaren-Mercedes começava a demonstrar sinais de progresso.
A corrida começou com a pista molhada, mas a expectativa era de que o asfalto secasse, pois a chuva havia parado. Nesse cenário, Schumacher manteve a liderança à frente de Alesi, Hakkinen e Hill após a largada.
No entanto, o francês foi punido por queimar a largada e, após cumprir uma penalidade stop and go, optou por trocar imediatamente para pneus slicks no final da quinta volta. Apesar de um pequeno escorregão, a escolha de Alesi mostrou-se acertada, e ele logo começou a impressionar, ultrapassando os adversários à sua frente.
Hill percebeu a velocidade de Alesi e fez sua parada na nona volta. Schumacher optou pelo pit stop na 11ª volta, seguido por Hakkinen na volta seguinte. No entanto, o finlandês cometeu o erro de demorar para trocar os pneus de chuva, o que resultou na perda da terceira posição para Hill.
Naquele momento, o destaque da corrida era Alesi, que, apesar de ter feito uma parada nos boxes e sofrido uma penalidade, estava se aproximando de Schumacher quando o motor Ferrari falhou…
Determinado a desafiar Schumacher pela vitória, Hill aumentou o ritmo para tentar alcançar o alemão. No entanto, acabou comprometendo sua própria reputação. Primeiramente, saiu da pista na curva Spoon, danificando a asa dianteira de seu carro.
Em seguida, ao sair apressadamente dos boxes após a troca da peça danificada, recebeu uma penalidade. Por fim, teve outra escapada na curva Spoon e acabou abandonando a corrida de vez. Com o abandono de Coulthard devido a um espetacular incidente na 130R, a Benetton garantiu o título de Construtores.
Demonstrando seu talento na pista já seca, Schumacher cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 19 segundos sobre Mika Hakkinen, enquanto Johnny Herbert completou o pódio, trazendo alegria ao chefe de equipe Flavio Briatore, que até virou o boné para trás para comemorar o título de Construtores.
Schumacher ainda competiria em mais uma corrida pela equipe Benetton, no Grande Prêmio da Austrália. No entanto, não conquistou a vitória nesta ocasião. No ano seguinte, ele embarcaria no desafio de revitalizar a Ferrari, uma tarefa que ele executaria com grande sucesso. Esta jornada mostrou a ele mesmo que era, de fato, possível alcançar níveis ainda mais altos de excelência.