A controvérsia em torno do chefe da Red Bull, Christian Horner, parece ter sido encerrada, já que ele foi inocentado na investigação sobre conduta imprópria com uma funcionária. No entanto, na prática, o caso ainda ressoa na Fórmula 1.
Após especulações de que a equipe havia suspenso a funcionária, um amigo da pessoa que denunciou Horner revelou à imprensa britânica que ela ficou desapontada com a postura da equipe, apesar de ter seguido os protocolos internos no caso de forma privada.
– Ela está muito decepcionada com a forma como tudo aconteceu, especialmente porque fez tudo de acordo com as regras. Ela levantou suas preocupações em particular e fez tudo certo. Mas, apesar de tudo isso, ela foi suspensa do trabalho que ama, e de um esporte em que é muito respeitada. A falta de apoio é notória e ela está muito chateada com o tratamento dado por sua empresa – declarou o amigo da denunciante ao “Daily Mail”.
De acordo com o “Daily Mail“, a mulher optou por contestar a decisão que inicialmente encerrou o caso. Apesar de ter sido contatada, a ex-funcionária, cuja identidade foi mantida em sigilo desde então, não tem intenção de fazer declarações públicas sobre o incidente.
A denúncia feita contra Christian Horner
Em fevereiro, o jornal holandês De Telegraaf divulgou que Horner estava sendo investigado por alegada conduta imprópria, de natureza sexual, envolvendo uma funcionária. A questão foi investigada pela empresa que supervisiona a Red Bull Racing, por meio de uma auditoria independente.
Uma semana antes do anúncio da pintura do RB20, carro da temporada 2024 da Fórmula 1, Horner participou de uma reunião de oito horas sobre o assunto, mas o desfecho foi considerado “inconclusivo”. O britânico de 50 anos esteve presente no lançamento da equipe e, com o apoio de Max Verstappen e Sergio Pérez, abordou pela primeira vez o caso, que ele considerou uma distração.
Horner foi inocentado das alegações de conduta imprópria, embora a Red Bull Racing não tenha divulgado os detalhes do caso e da investigação – um fato que causou insatisfação entre figuras proeminentes da Fórmula 1, como o chefe da Mercedes, Toto Wolff, e os pilotos Lewis Hamilton e George Russell, além do CEO da McLaren, Zak Brown.
Entretanto, um dia após a decisão, durante o GP do Bahrein, uma pasta contendo 79 supostas evidências da denúncia foi enviada a jornalistas, dirigentes e membros de alto escalão da FIA e da F1 presentes no Circuito de Sakhir. Horner afirmou que não iria comentar sobre especulações anônimas e foi visto durante o final de semana ao lado de sua esposa, Geri.
O caso também desencadeou uma crise interna na Red Bull Racing, que teve início com as críticas feitas por Jos Verstappen, pai de Max, à conduta de Horner. O tricampeão mundial saiu em defesa de seu pai e, durante o GP da Arábia Saudita deste fim de semana, sugeriu que poderia deixar a equipe caso o consultor Helmut Marko fosse demitido.
Marko, que também atua como gerente da Academia de Pilotos da equipe hexacampeã de construtores, conta com o apoio de Oliver Mintzlaff, diretor da empresa-mãe da Red Bull Racing, além do respaldo das famílias de Dietrich Mateschitz, fundador falecido em 2022, e da família de Max, que estão no comando da equipe – uma posição que contrasta com a de Horner. Por sua vez, o chefe da equipe foi visto ao lado de Chalerm Yoovidhya, um bilionário tailandês e principal acionista da empresa de energéticos.