Por essa ninguém esperava, FIA pode encerrar ciclo histórico

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A maior entidade do automobilismo mundial pode encerrar um ciclo. A sede parisiense da FIA, localizada na Place de la Concorde, nº 8, é uma das mais renomadas e icônicas no mundo do esporte. No entanto, este magnífico edifício, adjacente ao famoso Hôtel de Crillon, poderá em breve deixar de ser o lar da federação automobilística internacional.

A razão, como frequentemente acontece, é predominantemente econômica. A entidade que governa o automobilismo mundial deixou clara a possibilidade de transferir suas operações para fora da França, expressando descontentamento com o sistema jurídico e fiscal francês, que não atende adequadamente às necessidades operacionais da federação.

Além disso, a FIFA, órgão regulador do futebol mundial, que foi fundada em Paris e atualmente tem sede em Zurique, apoia essa posição crítica. Em junho de 2021, a FIFA abriu escritórios na capital francesa, demonstrando a viabilidade de operar em outro local.

Entidade incomodada com a falta de estatuto

Os dois principais protagonistas do mundo esportivo divulgaram um comunicado conjunto, ressaltando como a falta de um estatuto específico e a perda das vantagens fiscais anteriormente concedidas podem resultar em sua busca por acomodações em outro lugar.

“Embora a França seja o berço do automobilismo, a competição internacional, especialmente em termos de custos trabalhistas, e a globalização do esporte estão minando essa posição”, explicou Xavier Malenfer, diretor de relações institucionais e internacionais da FIA.

“Sem um esclarecimento desta situação, por meio do reconhecimento de um estatuto específico para as federações esportivas internacionais, há pouca esperança de ver as atividades da FIA se expandirem ainda mais, apesar de todos os recursos inquestionáveis de Paris.”

O governo francês havia tentado incluir no orçamento para o ano de 2024 uma lei com disposições fiscais favoráveis às entidades esportivas internacionais, na esperança de atrair novas organizações.

No entanto, em dezembro de 2023, uma decisão contrária do Conselho Constitucional, que considerou esses benefícios ilegítimos, alterou completamente o cenário. “O principal obstáculo à atratividade da França é a falta de um estatuto legal para as federações internacionais”, acrescentaram a FIA e a FIFA. “De acordo com a lei francesa, elas possuem o estatuto de associações e não podem ser consideradas nem organizações internacionais nem sociedades. Isso tem consequências diretas em suas atividades, tributação e, em última análise, no interesse em permanecer na França.”

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