Há quase três décadas, a competição de Fórmula 1 de 1997 entraria para a história, não apenas pelo embate intenso entre Schumacher e Villeneuve, mas pelas reviravoltas que marcaram a última corrida do campeonato. A disputa do título mundial na pista de Jerez de la Frontera, na Espanha, era aguardada com grande expectativa, especialmente porque Schumacher, correndo pela Ferrari, estava à frente de Villeneuve por apenas um ponto.
Uma vitória para o piloto alemão significaria tirar a escuderia italiana da fila de títulos após 18 anos sem vencer. No entanto, essa histórica corrida acabaria por ser marcada por uma fatídica manobra, cujas repercussões ecoam até hoje.
Qual foi o desfecho inesperado da corrida?
O GP da Europa de 1997 começou com uma impressionante coincidência: Villeneuve, Schumacher e Heinz Harald Frentzen marcaram rigorosamente o mesmo tempo na classificação, 1m21s072. A pole position foi para Villeneuve, por ter realizado a volta mais rápida na classificação antes dos outros pilotos.
Na largada, Schumacher conseguiu avançar sobre Villeneuve, mas o carro da Williams mostrou-se mais ágil e, com destreza e determinação, o piloto canadense conseguiu recuperar terreno. O ponto crítico ocorreu na 48ª volta quando, em uma atitude ousada, Villeneuve tentou ultrapassar Schumacher, que não hesitou em bloquear o caminho e acabou provocando um acidente que tirou ambos da corrida.
Como o incidente foi visto pela Federação Internacional de Automobilismo?
Apesar das filmagens mostrarem claramente que Schumacher causou a colisão, os comissários esportivos do GP da Europa consideraram que se tratava de um “acidente de corrida” e que nenhuma outra ação era necessária. Entretanto, após uma onda de críticas da mídia e dos fãs, Schumacher foi convocado pela FIA para prestar esclarecimentos sobre a colisão.
Depois de analisar as evidências, a FIA decidiu desqualificar Schumacher do campeonato de 1997. Surpreendentemente, Schumacher manteve todos os seus prêmios e resultados daquela temporada, incluindo suas cinco vitórias. A justificativa do então presidente da FIA, Max Mosley, para a decisão incomum, foi de que Schumacher agiu instintivamente, sem premeditar o acidente, e por isso, penalizar financeiramente ou suspender o piloto não seria justo.
O episódio de 1997 persiste na memória dos fãs da Fórmula 1. Teria Michael Schumacher sido um campeão da temporada se não fosse pelo seu ato precipitado? Nós nunca saberemos. Mas, curiosamente, para os anais da Fórmula 1, Michael Schumacher venceu cinco corridas em 1997, mas simplesmente não consta no resultado oficial do campeonato.