A posição de Christian Horner na Red Bull e na Fórmula 1 permanece sob os olhos de todos. O dirigente britânico, embora tenha sido absolvido de uma investigação interna por conduta inadequada, agora está sendo monitorado mais de perto pela família tailandesa dos Yoovidhya, que detém o controle majoritário da empresa.
Segundo relatos dos jornais Bild, da Alemanha, e Salzburg Nachrichten, da Áustria, Chalerm Yoovidhya, líder do clã tailandês, enviou um membro da família para monitorar diretamente Horner e a equipe na Fórmula 1.
Este membro já está sendo chamado de “espião tailandês” e está observando minuciosamente as atividades em Milton Keynes. A preocupação com a reputação da empresa devido ao ‘Caso Horner’ justifica essa vigilância mais intensa por parte dos Yoovidhya.
A disputa pelo poder na empresa
A tensão nos bastidores da Red Bull está centrada em uma intensa disputa pelo poder. A empresa foi estabelecida em 1984 por meio de uma parceria entre Dietrich Mateschitz e Chaleo Yoovidhya, criador da receita original do ‘Krating Daeng’. Mateschitz encarregou-se de adaptar o energético para o paladar europeu e impulsionar as vendas por meio de estratégias de marketing. Na época, ambos possuíam 49% do controle acionário da empresa, enquanto o filho de Chaleo, Chalerm, detinha os restantes 2%.
Os tailandeses confiaram em Dietrich e permitiram que ele assumisse o controle das operações, cedendo 2% das ações para que ele detivesse a maioria da empresa. A família raramente se envolveu nas atividades esportivas do negócio, mantendo uma presença discreta no mundo da Fórmula 1.
No entanto, as circunstâncias mudaram. Com o falecimento do austríaco, o controle acionário passou para Chalerm, e os Yoovidhya parecem estar monitorando de perto Horner para evitar possíveis complicações financeiras para a corporação.
O caso ainda reserva mais desenvolvimentos. Segundo a emissora britânica BBC, a funcionária que acusou Horner e foi afastada da Red Bull apresentou uma queixa à Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Em comunicado, a entidade informou que “consultas e reclamações são recebidas e tratadas pelo responsável pelo departamento de conformidade e pelo comitê de ética, quando apropriado”, portanto, “não podemos confirmar o recebimento de reclamações específicas e é improvável que possamos fornecer mais comentários sobre as queixas que recebemos de partes envolvidas”.
A notícia sobre a queixa à entidade máxima do esporte surge após relatos de que a funcionária está considerando apelar da decisão da Red Bull. Ela busca que o grupo reavalie o veredito do caso, que inocentou Horner. Na semana passada, a liderança da marca austríaca suspendeu a mulher de seu cargo.