Nelson Piquet revela salário que ganhava na Williams
Nelson Piquet já era um piloto consagrado com o bicampeonato do mundo na Fórmula 1 pela Brabham, mas o brasileiro queria mais e isso diz respeito ao salário recebido como piloto do time. Bernie Ecclestone, então dono da equipe, não queria pagar um salário que o piloto achava mais apropriado e isso foi a peça-chave para chegada de Piquet à Williams, em 1986.
Em julho desse ano, Nelson Piquet foi o convidado do Podcast “Pelas pistas“, no Youtube, onde abordou diversos assuntos sobre a carreira no automobilismo, entre eles os salários e as negociações com as equipes por onde passou. Claro que a Williams foi um dos temas citados e o brasileiro revelou quanto recebia na equipe.
“Bernie (dono da Brabham) não queria pagar ninguém, queria pagar o mínimo do mínimo. E eu falei pra ele eu gosto daqui, mas quer me pagar US$ 1 milhão, o outro time (Williams) tá me oferecendo US$ 3,5 milhões, vou passar três anos trabalhando para ganhar a mesma coisa que eu posso ganhar em um ano?” – disse Piquet.
Piquet disse que foram feitos contratos escritos a mão entre ele e Williams. Bernie, dono da Brabham, disse que daria US$ 1,5 milhão para o brasileiro permanecer na equipe, mas Piquet já havia revelado o acerto com o time de Frank Williams e no fim das contas acabou saindo sem problemas.
Título mundial em 1987
A temporada de 1987 da Fórmula 1 marcou a história do automobilismo brasileiro. Foi o ano em que Nelson Piquet se tornou o primeiro piloto do Brasil a conquistar o tricampeonato mundial. A consagração veio de forma antecipada, durante o Grande Prêmio do Japão, em Suzuka, no dia 29 de outubro.
Naquela ocasião, Nigel Mansell, companheiro de Piquet na Williams e principal adversário do brasileiro no campeonato, sofreu um acidente no treino classificatório e anunciou que não participaria da prova, encerrando suas chances de lutar pelo título.
A disputa entre Piquet e Mansell foi marcada por acidentes, rivalidade intensa e conflitos internos. Determinada a conquistar um título que não vinha desde 1982, a Williams investiu todos os esforços para garantir que um de seus pilotos fosse campeão, mesmo que isso significasse favorecer um em detrimento do outro.
A dupla foi formada em 1986, quando Frank Williams contratou Piquet. Contudo, antes do início da temporada, Frank sofreu um grave acidente que o afastou das operações da equipe, deixando Patrick Head no comando. Head rapidamente demonstrou sua preferência por Mansell, um inglês que já estava na equipe desde 1985.
A temporada começou com Piquet conquistando o segundo lugar no GP do Brasil, posição que repetiria outras seis vezes ao longo do ano. Embora tenha vencido apenas três corridas, Piquet mostrou consistência, acumulando pontos importantes e abrindo 20 de vantagem sobre os adversários em uma época em que a vitória valia nove pontos e apenas os seis primeiros colocados pontuavam.
A partir daí, Piquet adotou uma abordagem estratégica, administrando a liderança. Ele conquistou dois pódios nas etapas finais – terceiro lugar em Portugal e segundo no México – além de um quarto lugar na Espanha. Com isso, chegou ao Japão com uma vantagem de 12 pontos sobre Mansell.
A penúltima prova da temporada prometia ser decisiva, com a Williams concentrando todas as atenções na disputa entre seus pilotos. Porém, Mansell sofreu um acidente durante o treino classificatório, batendo forte e ficando fora da corrida. Especulou-se que o inglês poderia ter condições de competir, mas optou por se ausentar, alegando incapacidade física, o que alguns interpretaram como uma tentativa de assumir o papel de vítima.
Independentemente das especulações, o resultado foi favorável a Piquet, que garantiu o título por antecipação graças à sua vantagem matemática. Assim, tornou-se o primeiro brasileiro tricampeão mundial de Fórmula 1. Ele se despediu da Williams no GP da Austrália, última etapa do campeonato, encerrando uma temporada em que completou 12 das 16 corridas e subiu ao pódio 11 vezes.