Dias antes do GP em São Paulo, Ferrari tem uma dúvida envolvendo Interlagos

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Oliver Bearman acabou se tornando uma vítima do acidente causado por Alexander Albon durante a primeira sessão de treinos livres no México. O incidente afetou o carro de Charles Leclerc, que ficou com poucos dados para comparar nas sessões subsequentes do fim de semana da Fórmula 1.

Na primeira hora, a equipe italiana concentrou seus esforços em discutir aspectos cruciais, como a distribuição da energia híbrida ao longo da volta, o resfriamento da unidade de potência e a exploração do turbo, que enfrenta tensões incomuns e repetidas. Embora possam parecer detalhes insignificantes à primeira vista, cada ajuste se torna fundamental em um circuito peculiar, influenciando diretamente os resultados.

Adicionalmente, o TL2 foi condicionado pela necessidade de seguir um plano de trabalho determinado pela Pirelli, focando nos testes de pneus protótipos para 2025. Isso deixou Leclerc lidando com números e dados que não se alinhavam.

Leclerc, que prefere um carro com menos subviragem, gosta de levar a frenagem quase até o ápice das curvas, o que contrasta com a configuração da pista da Cidade do México. Essa configuração favorece pilotos que dominam a subviragem, como Carlos Sainz, que fez a pole position e venceu a corrida com grande superioridade.

É uma pena que o monegasco não tenha conseguido repetir a dobradinha que obteve em Austin, onde venceu. Contudo, a Ferrari está demonstrando seu pleno potencial técnico, competindo de igual para igual com a McLaren, considerada um carro “universal” que se adapta a qualquer pista.

Interlagos é o novo desafio e asfalto gera dúvidas

Interlagos apresenta outro desafio de alta altitude, mas os 700 metros da pista de São Paulo não se comparam aos 2.240 metros do México, resultando em uma redução de 17% na densidade do ar, em comparação com os 30% do último domingo.

Max Verstappen precisará utilizar seu quinto motor para encerrar a temporada, enquanto a Ferrari, pelo menos por enquanto, não planeja substituições, ciente de que o motor endotérmico está sob uso intenso, com 70% da volta em aceleração máxima.

A Ferrari espera continuar sua sequência positiva, estando a apenas 29 pontos atrás da McLaren, líder do Campeonato de Construtores. As simulações de Interlagos feitas em Maranello indicam que o SF-24 deve encontrar um terreno favorável, tendo alcançado um equilíbrio admirável graças à asa mais flexível introduzida em Austin.

Em Interlagos, veremos um carro sem atualizações técnicas, já que as últimas modificações provavelmente serão apresentadas no Qatar. O foco será em adaptar o carro à pista, que exige uma carga aerodinâmica média. A Scuderia conseguiu um bom equilíbrio durante as corridas, mas precisa melhorar a exploração dos pneus de composto macio na classificação, utilizando os pneus C2, C3 e C4 da Pirelli.

Entretanto, há incertezas sobre o asfalto, já que estão em andamento obras para recapear a pista. Em um fim de semana com o formato Sprint, a única sessão de treinos livres será crucial para descobrir as características de uma superfície de aderência desconhecida. Normalmente, em Maranello, eles se saem bem na preparação, mas em Interlagos será essencial não perder tempo na pista para ajustar seus parâmetros ao novo asfalto.

Esse fator desconhecido pode impactar qualquer simulação, além das mudanças de temperatura. O SF-24 se adapta melhor ao calor, e a previsão de tempo variável — incluindo possibilidade de chuva para a corrida de domingo — pode mudar rapidamente os cenários.

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