Silvio Santos ganhou a Fórmula 1 de presente, mas não aceitou transmitir no SBT

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A Band tem os direitos de transmissão da F1 até 2025, mas a categoria esteve muito perto de se tornar um símbolo da retomada de investimentos do SBT em esportes, junto com a Libertadores no ano de 2020.

Silvio Santos foi o principal responsável pelo fato de o acordo não ter sido fechado. Antes de o novo contrato com a TV do Morumbi ser formalizado, o proprietário da emissora de Osasco expressou arrependimento, mas já era tarde demais.

Antes de a Band ser abordada sobre os direitos da principal categoria do automobilismo mundial, em 2020, Jayme Brito, executivo que representa a Liberty Media e cuida da produção executiva das transmissões da Fórmula 1 no Brasil, recebeu um sinal bastante positivo de José Roberto Maciel, então vice-presidente do SBT e atualmente presidente do Grupo Silvio Santos.

Interesse do SBT pela Fórmula 1

De acordo com o Notícias da TV, José Roberto Maciel é responsável pessoalmente pelas negociações de eventos esportivos e mantinha o apresentador, recentemente falecido, informado sobre tudo.

Maciel liderou a compra dos direitos da Libertadores e negociou com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) em uma tentativa, que acabou sendo frustrada, de renovar o contrato. Em 2023, o SBT ficou com a Copa Sul-Americana, enquanto a Globo retomou a transmissão da Libertadores, o torneio mais importante do futebol sul-americano.

O principal defensor da Fórmula 1 no SBT argumentava que a competição proporcionaria um grande retorno financeiro para a emissora, além de gerar bons índices de audiência e ajudar a melhorar a posição de domingo na disputa pela vice-liderança com a Record. Além disso, a Fórmula 1 atrairia para a TV de Silvio Santos um público qualificado das classes AB, um perfil que poucos programas de TV aberta conseguem alcançar atualmente.

No entanto, quando as negociações estavam prestes a ser finalizadas, Silvio Santos decidiu recuar e não aceitou as condições. O apresentador não queria alterar a programação dos domingos, que é “seu dia” e sempre teve uma grade praticamente intocável.

Qualquer mudança nesse dia só acontecia por decisão direta de Silvio Santos — nem mesmo o diretor de Programação tinha esse poder. Na mesma época, por ordem de Silvio Santos, os programas Domingo Legal e Eliana passaram a começar mais tarde para garantir uma audiência melhor para o horário de sua preferência.

O segundo motivo foi que o dono do SBT acreditava que, naquele momento, apenas o futebol seria suficiente para posicionar a emissora como um player relevante no esporte. A chegada da Libertadores empolgou o apresentador e fez a TV dele bater recordes de audiência.

Com isso, a Band avançou na negociação e fechou o contrato. A área de esportes do SBT fez uma consulta e obteve autorização para discutir uma possível troca de emissora para a Fórmula 1, mas foi informada pelos responsáveis da categoria que a situação com a Band estava prestes a ser renovada — o que, de fato, ocorreu. Esse desfecho causou lamento nos bastidores.

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