Equipe da Indy dispensa piloto e pode ter parte vendida

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Embora a Indy esteja de férias durante os Jogos Olímpicos de Paris, os bastidores continuam agitados, especialmente na Juncos. O site Grande Prêmio apurou que a equipe rescindiu nesta semana o contrato de Agustín Canapino, numa movimentação que vai além de uma simples demissão.

Com problemas financeiros, essa mudança pode sinalizar uma reestruturação societária, possivelmente envolvendo a saída de Ricardo Juncos, cofundador, do comando da equipe.

Canapino se juntou à equipe em 2023 como uma aposta pessoal de Juncos, apesar de ter pouca experiência com monopostos. No entanto, ele se adaptou rapidamente em exibições, testes e nas primeiras corridas, e chegou à Indy com um forte apoio financeiro do governo argentino, o que trouxe um período de estabilidade financeira para a estrutura de Ricardo Juncos e Brad.

Dinheiro acabou após eleição

Esse dinheiro desapareceu para 2024. A eleição de Javier Milei como presidente da Argentina resultou em cortes radicais no orçamento do país, afetando diretamente a Juncos, que viu o apoio financeiro ser encerrado. Ao mesmo tempo, a equipe não conseguiu assegurar patrocinadores para este ano, conseguindo apenas acordos pontuais para algumas etapas com os carros de Canapino e Romain Grosjean.

A esperança estava na parceria técnica e comercial com a McLaren, que deveria se concretizar em 2025. É importante lembrar que Zak Brown, CEO da McLaren, ganhou destaque no automobilismo por sua atuação no marketing, sendo o proprietário da Just Marketing International, considerada a principal agência mundial na área.

Embora o contrato tenha sido assinado em 2023, o timing não foi adequado para garantir bons acordos de patrocínio já em 2024. A equipe recebeu a informação de que muitas empresas estavam com o orçamento comprometido.

O sonho de recuperação da equipe se desfez logo após o GP de Detroit. O acordo foi encerrado depois que torcedores de Canapino invadiram as redes sociais de Théo Pourchaire com discursos de ódio, após o francês colidir com o argentino na corrida. A McLaren não aprovou a reação desdenhosa de Canapino às reclamações e também considerou que a Juncos não tomou medidas firmes para condenar o incidente. Como resultado, a parceria foi encerrada unilateralmente.

A saída de Canapino tornou-se uma consequência natural de todos esses fatores, incluindo o incidente que levou ao afastamento do piloto do GP de Road America. No entanto, a substituição não será simples. Ricardo Juncos está negociando a venda de parte da equipe para novos investidores, o que pode incluir a venda total da participação do argentino no time. Juncos iniciou conversas com a família de Devlin DeFrancesco. O site confirmou duas reuniões entre as partes, uma antes da pausa da categoria e outra durante o recesso, realizadas em Miami, onde reside o piloto canadense.

DeFrancesco não assumiria imediatamente o posto no #78 da Juncos. Com cinco etapas restantes e quatro em circuitos ovais, Conor Daly seria o piloto escolhido para buscar pontos e garantir que o carro termine entre os 22 melhores, assegurando um bônus de aproximadamente US$ 1 milhão [cerca de R$ 5,65 milhões] do Leaders Circle da Indy. Devlin só competiria em Portland, o último circuito misto da temporada.

Existem dois indícios que sugerem a saída de Juncos da equipe. O site Grande Prêmio apurou que Brad Hollinger, também sócio da equipe, investiu US$ 30 milhões [cerca de R$ 168 milhões], com o prazo para retorno até o final de 2025. Até agora, o britânico não viu retorno significativo desse investimento.

O segundo ponto é que Hollinger contatou Bryan Herta, ex-piloto, estrategista de Kyle Kirkwood na Andretti e pai de Colton Herta, para assumir a liderança da equipe. Em essência, ele procurou alguém para substituir Ricardo Juncos na gestão da estrutura.

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