Local das Olimpíadas, França já foi palco de chapéu aplicado por Schumacher em Alonso

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Os fãs do esporte estão em festa. Já está acontecendo na França, mais precisamente em Paris, mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Nos próximos dias, os grandes atletas do cenário mundial disputam medalhas nas mais diversas modalidades na capital francesa.

E falando na França, que tal relembrarmos o dia que dois dos grandes nomes da Fórmula 1 disputaram uma prova com direito a um chapéu vindo de uma boa estratégia de equipe. Foi exatamente o que aconteceu com a dupla Michael Schumacher e Fernando Alonso.

“Na manhã antes da corrida em Magny-Cours, propus a impensável estratégia de Michael fazer quatro pit-stops. Sou sincero, essa ideia só me ocorreu porque era Michael atrás do volante!” Foi assim que o então estrategista da Ferrari, Luca Baldisserri, explicou o chapéu tático aplicado na Renault de Fernando Alonso no GP da França de 2004, uma das performances mais inacreditáveis do conjunto carro/equipe/piloto, que completa 20 anos em 2024.

O início dos anos 2000 marca a fase mais laureada da tradicional escuderia do Cavallino Rampante. Sob a liderança do duo Jean Todt e Ross Brawn, Schumacher finalmente tirou a Ferrari de um jejum de 20 anos sem título de pilotos e estabeleceu vários recordes na Fórmula 1. Era, portanto, o trio dos sonhos, mas aquela Ferrari em nada se assemelhava à atual, com outros nomes igualmente importantes em toda aquela engrenagem dominante.

Como foi a corrida?

Em Magny-Cours, a Renault de Alonso, equipada com pneus Michelin, surgiu forte e como favorita para a etapa caseira, conquistando a pole position graças ao rápido aquecimento dos compostos Michelin na pista pouco abrasiva.

Os pneus Bridgestone, por sua vez, precisavam de mais voltas para atingir a janela ideal nessas circunstâncias, mas Schumacher foi aguerrido o suficiente para assegurar a primeira fila, superando David Coulthard por apenas 0s004, numa época em que os pilotos tinham apenas uma volta na classificação para buscar o tempo ideal.

Mesmo assim, a força do carro azul e amarelo se confirmou já na excelente largada de Jarno Trulli, que saltou de quinto para terceiro. Michael, por sua vez, fez o dever de casa e manteve a segunda posição. Era o esperado por todos, inclusive pela Ferrari, que então colocou seu plano em ação. Sabendo que Alonso escaparia no início, contaram com a maestria de Schumacher para se manter perto o suficiente e atacar no momento certo.

Em sete voltas, depois de abrir cerca de 1s5 de vantagem, Fernando viu o rendimento do carro da Renault cair significativamente, tanto que Schumacher foi chamado aos boxes para realizar a primeira troca e reabastecimento na volta 11, quando já estava a 0s5 de distância do espanhol. Uma parada padrão em 7s4, mas o hexacampeão voltou no trânsito, perdendo alguns segundos importantes. Quando Alonso entrou para a primeira troca na volta 14, retornou na frente do alemão com quase 3s de vantagem.

O roteiro então se repetiu: Alonso abriu mais de 3s, mas Schumacher recuperou rapidamente assim que os pneus atingiram a temperatura adequada. O ataque veio na volta 29, quando a Ferrari ordenou um novo pit-stop, surpreendendo com um tempo de apenas 6s. Era carro leve e, agora, pista livre para Schumacher fazer o que sabia melhor: corrida em ritmo de classificação.

A Renault tentou contra-atacar ao antecipar a parada de Alonso para a volta 32 e marcar a estratégia da rival, com uma troca e reabastecimento em apenas 6s2, mas era tarde demais. Com voltas em 1min15s4, enquanto os demais viravam 1min16s8, Michael precisou apenas do espaço entre sua parada e a de Fernando para assumir a liderança.

A estratégia foi finalizada na volta 42, quando Schumacher já tinha mais de 5s de vantagem sobre Alonso. Novamente, a Ferrari realizou um pit-stop na casa dos 6s, sabendo que o combustível colocado era insuficiente para Michael levar o carro até o fim. A equipe francesa também sabia disso e estendeu a parada de Alonso até a volta 46, realizando o trabalho em 8s7.

Era para ir até o fim, então a decisão ficaria na pista, mas não havia mais nada a ser feito. Naquele momento, ao retornar para a corrida, Alonso estava a 11s5 de Schumacher, e a diferença subiu gradativamente até chegar a mais de 22s na volta 58, quando a Ferrari fez um splash and go de 5s8 para garantir a nona vitória do alemão na temporada.

Uma estratégia que pegou todo mundo de surpresa, principalmente a Renault. Aquela decisão só comprovava que a Ferrari era um conjunto completo e todo sucesso dos últimos anos não havia vindo por acaso. No fim daquele ano, mesmo com a Renault tendo um grande carro, Schumacher conquistou mais um título e sagrou-se heptacampeão. Já Alonso precisou esperar o ano seguinte para vencer o tão sonhado campeonato mundial.

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